"Trazer luz à obscuridade, transmutar ignorância em conhecimento, é colaborar com o processo de redenção do planeta."

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

PARAÍSO DE PEDRA

A falta de vontade, de atitudes e a frouxidão de mudar o rumo da Terra, são para o ser humano uma falta grave. Nós recusamos a reconstruir, pelo menos em parte, o Paraíso perdido. Essa vontade de mudança de rumo ressoa das profundezas da Terra e da força da Natureza. 

Devemos parar um instante e fazer uma revisão crítica de como era há 100 anos e como está hoje a Terra. Podemos acreditar que toda a criação que não se encontra somente na origem das coisas, mas continua a manter a existência delas, sobretudo, na sua mais alta realização, consiste na ação e no trabalho de cada ser humano na reconstrução do planeta. 

A liberdade de Deus, que penetra em todo mundo, até nas forças pelas quais o mundo se move, deixou o ser humano enlouquecido em construir um mundo melhor do que o criado por Deus. Nada contra a evolução das grandes construções de pedra, da energia elétrica, da eletrônica, da mecânica e outras mais, que encurtaram distâncias e trouxeram conforto ao ser humano. Mas será que precisava destruir tanto para construir? O ser humano hoje tem sede de liberdade, de mato, de sossego e, muitas vezes, até do isolamento. 

Devemos, de certo modo, chegar a conclusão de que a criação do paraíso de pedra cria certo mal estar? Podemos concluir que os desertos de ontem, que hoje fazem grandes construções de pedra e as maravilhas artificiais, poderiam ser a saída para não destruir a natureza na sua origem? O santo impulso da vida nos faz entender alguma coisa de mais profundo e autenticamente menos humano, ser uma grande potência. Assim agem os países e seus povos. Podemos entender o movimento vital inseparável, a natureza mais profunda e mais original do qual o ser humano, mesmo não valorizando, sai lá do fundo de nossas  almas a vontade de voltar atrás e viver uma vida rica, porém segura, em um habitar saudável, de bom aroma e farta alimentação. Todos, no fundo, têm um desejo da antiga e boa Terra.   

Tirando das mãos daquele que criou tudo a sua essência e imagem. Logo veremos que tudo isso inclui a aceitação de que estamos carregando a mesma cruz que um dia serviu de exemplo da traição e hoje podemos estar traindo a natureza, porém quem carrega a cruz da revolta da natureza somos nós mesmos. Entendo que a natureza não pode ser viciada pelos erros de sua mudança de rota e que não é aniquilada, mas aperfeiçoada pela graça. Há no ser humano uma procura pela felicidade, um desejo de vida, de vida imperecível, um anseio à realização, ao desdobramento total de suas capacidades infinitas, uma vontade de submeter à Terra e de se agigantar, que procedem da própria fonte de sua existência. 

Foi Deus quem colocou tudo isso em sua natureza como a lei principal de seu ser. O primeiro dever do homem é dizer um sim a esta lei com toda força de sua vontade. Poderíamos nos contentar em advertir contra as deformações e os desvios desse desejo de mudar o curso das grandes construções da natureza? O ser humano destrói em dias o que a natureza levou milhares de anos a construir e constrói em dias o que a natureza jamais construiria. 

Chegou o momento do ser humano estimular conscientemente a centelha que ainda dorme. A coragem e a felicidade de viver, a vontade de fazer da vida uma grande realização, uma coisa digna da sua origem e da sua sabedoria, uma sabedoria que deve ser desenvolvidas com máximo cuidado e equilíbrio. O ser humano provavelmente não encontrará mais o otimismo alegre de sua infância. Ele deve reconquistá-la acima das ondas avassaladoras da revolta da natureza. Ele deve reconstruir os seus passos e construir a fonte da vida e não mudar o que foi construído e moldado pela Natureza. 

Todos nós queremos, sem dúvida, ser felizes. Mas em nossos dias parece de fato necessário lembrar esse dever sagrado. A humanidade, fadigada, viu fugir com perigo para si mesmo a alegria e o prazer espontâneos da vida. A centelha ainda brilha, mas está oculta nas muitas cinzas das desilusões, dos descasos, das destruições ambiciosas de buscar na natureza o que nela fica mais bonito. É como se existisse uma disputa entre as maravilhas da natureza e a criatividade do ser humano. Chegou a hora de cada um de nós tomarmos consciência e realizar as verdadeiras vontades de realização de uma vida digna e respeitosa com a "Mãe Terra e sua Alma Natureza". 

BNN    

    

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