"Trazer luz à obscuridade, transmutar ignorância em conhecimento, é colaborar com o processo de redenção do planeta."

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Crise Climática e Fisiologia Planetária






Einstein Escreveu Sobre Alteração dos Pólos Terrestres



Joaquim Soares



A Conferência das Nações Unidas Sobre o Clima, reuniu em Copenhague em Dezembro de 2009 inúmeros cientistas, ativistas e líderes políticos. Eles procuravam chegar a um consenso sobre as medidas urgentes necessárias para reduzir o impacto das alterações climáticas.

Numa iniciativa inédita, 56 jornais em 44 países publicaram um editorial comum dirigido aos líderes políticos reunidos na Dinamarca. O forte editorial começava por explicar a razão dessa iniciativa conjunta dos meios de comunicação social de vários países do mundo:

“Fazemos isso porque a Humanidade enfrenta uma terrível emergência.”

E prosseguia:

“Se não nos juntarmos para tomar uma ação decisiva, as alterações climáticas irão devastar o nosso planeta, e juntamente com ele a nossa prosperidade e a nossa segurança. Desde há uma geração que os perigos têm se tornado evidentes. Agora, os fatos já começaram a falar por si próprios: 11 dos últimos 14 anos foram os mais quentes desde que existem registros, a camada de gelo ártico está a derreter-se, e os elevados preços do petróleo e dos alimentos no ano passado permitiram-nos ter uma antevisão de futuras catástrofes. Nas publicações científicas, a questão já não é se a culpa é dos seres humanos, mas sim quão pouco tempo ainda nos sobra para limitar os danos.” [1]

O editorial descrevia com precisão o momento que a humanidade vive atualmente: um momento cheio de perigos e desafios, mas igualmente cheio de oportunidades. Por outro lado, esta iniciativa pode ser vista também como mais um testemunho da tomada de consciência. O desafio planetário corre paralelamente com o despertar da cidadania mundial.

Olhadas do ponto de vista da teosofia, as periódicas alterações geológicas e civilizatórias surgem de acordo com ciclos evolutivos de longa duração. Podemos ler em “A Doutrina Secreta”:

“[O] nosso Globo está sujeito a sete mudanças periódicas e completas, que seguem pari passu com as raças.” [2]

Quem teve a oportunidade de assistir aos filmes “2012” e “O Dia Depois de Amanhã”, ambos do diretor Roland Emmerich, pode ficar com uma percepção do que são os momentos críticos que afetam uma raça-raiz. Apesar de “2012” não pretender ser um relato literal do que pode acontecer em nosso planeta num futuro próximo, este filme tem em si ainda assim um grande valor didático, e possui elementos suficientes para ser considerado, como escreveu Carlos Aveline, uma “aula de teosofia e ética planetária”. [3]

De qualquer forma, existe a possibilidade de a humanidade vir a assistir, até ao final do século, a alterações climáticas e geológicas de alguma envergadura. Como ensina a Filosofia Esotérica, os grandes ciclos dividem-se em ciclos menores e o que se aplica a uma raça-raiz aplica-se, numa escala menor e proporcional, a uma sub-raça e às suas sucessivas sub-divisões setenárias.

Isso é o que podemos ler em “A Doutrina Secreta”:

“As Sub-raças estão sujeitas ao mesmo processo de depuração, como também os ramos laterais ou raças de família.” [4]

Como tudo no Universo, estes processos cíclicos são regidos pela Lei do Carma e se relacionam, em alguns casos, com o fenômeno de mudança do eixo terrestre. De acordo com a Filosofia Esotérica, a inclinação do eixo terrestre muda ciclicamente e mantém uma relação direta com certas alterações geológicas.

Voltando às páginas de “A Doutrina Secreta”, encontramos esta afirmativa apresentada do seguinte modo:

“Pois a Doutrina Secreta ensina que, durante a presente Ronda, tem de haver sete pralayas [períodos de repouso] terrestres, ocasionados por desvios na posição do eixo da Terra. É uma lei que atua em épocas fixas, e de nenhum modo cegamente, como poderia pensar a Ciência; mas em estreita harmonia com a lei Cármica. Em Ocultismo esta Lei Inexorável é mencionada como ´o grande AJUSTADOR`.” [5]

Um pouco mais adiante, somos advertidos para o fato de que o processo não é repentino mas, antes, que se pode estender por longos períodos de tempo:

“Tais seleções e mudanças não se verificam entre o nascer e o pôr do Sol, como se poderia imaginar, mas requerem vários milênios até que uma nova casa esteja pronta.” [6]

Helena Blavatsky informa-nos ainda que, desde o tempo da Primeira Raça-raiz, já aconteceram quatro alterações no eixo terrestre.

Fruto do trabalho de investigação que embasa o roteiro, um dos pontos abordados no recente filme “2012” é exatamente a possibilidade de uma perturbação na posição do eixo terrestre. Lentamente, esta questão começa a ser pressentida pela Ciência.

É interessante notar que alguns cientistas estavam já há algumas décadas atentos para esta hipótese. Um deles foi Albert Einstein, ele próprio um estudante de “A Doutrina Secreta”. [7]

Einstein chegou a escrever o prefácio para uma obra sobre a teoria de sucessivas alterações dos pólos ao longo da história da Terra. O livro é intitulado “The Earth's Shifting Crust” (mas na segunda edição tem o título “The Path of The Pole”). Foi escrito pelo historiador Charles Hapgood [8].

Albert Einstein parece considerar razoável a hipótese de que deslocamentos da crosta terrestre acabem por provocar, devido à própria dinâmica de rotação da Terra, alterações no seu eixo de rotação. De acordo com a teoria de Hapgood, esses deslocamentos podem ter origem em grandes erupções vulcânicas, sismos, degelo massivo das calotas polares, etc.

Diz Einstein, no prefácio:

“Nas regiões polares, há deposição contínua de gelo, que não é distribuído simetricamente sobre os pólos. A rotação da terra atua sobre essas massas depositadas assimetricamente, e produz um movimento centrífugo que é transmitido para a crosta rígida da terra. O constante processo centrífugo produzido desta forma, quando se chega a um certo ponto, produz um movimento da crosta terrestre sobre o resto do corpo da terra, e isso vai deslocar as regiões polares para o equador.”

Einstein conclui o prefácio com a seguinte observação:

“Se a crosta terrestre é na realidade tão facilmente deslocada ao longo de seu substrato como essa teoria exige, então as massas rígidas perto da superfície da Terra devem ser distribuídas de tal forma que dão origem ao deslocamento da crosta por efeito centrífugo. Penso que pode ser viável verificar esta dedução, pelo menos aproximadamente. Esta dinâmica centrífuga pode em qualquer caso ser menor do que a produzida pelas massas de gelo depositadas.”[9]

Einstein considera a hipótese de Charles Hapgood “surpreendente, até mesmo fascinante”, e afirma que a “ideia merece a séria atenção de quem se preocupa com a teoria do desenvolvimento da terra”.

De acordo com as investigações de Hapgood, cada alteração ocorrida no eixo terrestre demorou cerca de 5.000 anos a completar-se, e foi seguida de períodos sem qualquer alteração, que se prolongavam por 20.000 a 30.000 anos [10].

É interessante registrar que estas cifras de tempo encontram-se bem próximas das apontadas na “Doutrina Secreta”, em especial com a relação que HPB estabelece entre o florescimento e a queda das civilizações e a duração do Ano Sideral, que é de 25.868 anos solares.

Tudo está interligado. Os ciclos da evolução humana correm ao lado dos processos cósmicos, solares e terrestres. Pouco a pouco, a humanidade irá percebendo isso mesmo.

É útil continuar a investigar o momento crítico atual, pois ele traz consigo sinais da chegada de um novo ciclo.


NOTAS:

[1] O editorial completo pode ser lido em: http://www.publico.clix.pt/Sociedade/14-dias-que-vao-definir-a-opin...

[2] “The Secret Doctrine”, H.P.B., Theosophy Co., Los Angeles, Vol.II, p.329; Na edição de língua portuguesa em seis volumes: “A Doutrina Secreta”, H.P.Blavatsky, Pensamento, São Paulo, Vol.III, p.347.

[3] Consultar o texto “Filme ´2012` Questiona o Futuro”, que se encontra no websitewww.filosofiaesoterica.com , na seção “A Crise Ambiental e a Civilização do Futuro”.

[4] “The Secret Doctrine” e “A Doutrina Secreta”, obra citada, respectivamente Vol. II, p.330; e Vol. III, p.348.

[5] “The Secret Doctrine” e “A Doutrina Secreta”, obra citada.

[6] “The Secret Doctrine” e “A Doutrina Secreta”, obra citada.

[7] Consultar o texto “A Teosofia de Albert Einstein” na seção “Ciência, Psicologia e Teosofia” do site www.filosofiaesoterica.com .

[8] http://en.wikipedia.org/wiki/Charles_Hapgood

[9] http://channel.nationalgeographic.com/channel/ends-of-the-earth-ein...

[10] http://en.wikipedia.org/wiki/Cataclysmic_pole_shift_hypothesis .


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Uma versão do artigo acima foi publicada no boletim “O Teosofista” de dezembro de 2009.

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