Desapego, Liberação e Entrega: Reflexões!
Por Tania Resende
Muito se fala em desapego. Muito se fala em liberar. Muito se fala em entrega. Porém, fala-se nesses temas como se fossem aspectos independentes uns dos outros.
Na prática não há como separá-los. Não há como desapegar-se, sem liberar. Não há como entregar, sem desapegar e liberar.
Fala-se em desapego como um pré-requisito na evolução espiritual, mas em minha experiência como psicoterapeuta, vejo que o desapego é um pré-requisito para o equilíbrio emocional e mental também! É um pré-requisito para a evolução profissional e ainda um pré-requisito para a realização plena do Ser!
E ainda é preciso entender o desapego em seu conceito completo, pois há entre os espiritualistas a idéia de que para evoluir é preciso desapegar-se dos bens materiais. Porém, desapego vai muito além, e ainda digo que o desapego material é apenas uma ponta do iceberg, não tendo tanta importância quanto se pensa! Somos muito mais que simples matéria!
O apego está relacionado ao agarrar-se. Agarramos-nos a uma idéia, a um desejo, nos agarramos a hábitos e atitudes, nos agarramos a pessoas, a objetos,..., nos agarramos a situações! Nos agarramos a medos!
Esse agarrar-se nos prende. Esse agarrar-se nos coloca presos ao passado. E com isso tendemos a repetir sempre as mesmas vivências e experiências. Impedimos o fluxo natural de energia, impedimos que a vida flua. Impedimos que nossa mente nos traga soluções novas e criativas. O agarrar-se nos coloca fora da grande aventura de coletar experiências para nosso crescimento. O agarrar-se nos preenche de toxinas e de coisas velhas, que já não nos servem mais. E isto vale para todos os aspectos de nosso ser.
Agarrar-se a um pensamento cria toxinas mentais. Agarrar-se a uma emoção cria toxinas emocionais, agarrar-se a objetos e a pessoas cria prisão de ventre!
Por mais estranho que possa parecer, é preciso que nos olhemos como um holograma! Nosso corpo reflete nossas atitudes e pensamentos. E nossa realidade reflete aquilo que temos dentro de todos os níveis: físico, emocional, mental e espiritual. Cada parte do nosso corpo possui seu correlato emocional e mental.
O intestino é a víscera responsável pela liberação das toxinas, das substâncias e elementos que nosso organismo não utilizou e considerou lixo. Portanto, é natural pensar que os intestinos devem funcionar liberando diariamente esse “lixo”. Quando o intestino prende (agarra), ficamos tão “entupidos” a ponto de não conseguirmos ingerir mais nada, nossa digestão fica lenta! Já observaram isso?
A medicina chinesa faz uma relação da constipação intestinal com o bloqueio mental. A mente fica tão cheia de pensamentos que não há como entrar mais nada! Rigidez mental e apego em pensamentos impedem o fluir da criatividade e do novo na vida.
Assim no corpo, assim na vida! E vice-versa!
Por mais que possa parecer estranho, é assim que funciona. Quando nos congestionamos de toxinas, de situações, de objetos,..., acabamos por ficar tão lotados que não há mais espaço para o novo. E nos colocamos dentro de um movimento repetitivo, manifestamos sempre as mesmas atitudes, vivemos sempre as mesmas situações, sentimos sempre as mesmas mágoas, as mesmas culpas, as mesmas emoções,..., repetimos sempre os mesmos problemas físicos!
O nosso corpo nos traz a mensagem: Liberar! Nosso corpo nos diz que o natural é liberar. Nosso corpo nos diz que a saúde perfeita passa pela liberação do lixo, das toxinas, daquilo que já está velho, inútil e não há mais como usar ou reaproveitar!
E porque deveria ser diferente em outros aspectos da vida?
O fluxo do Universo é o eterno fluir. O fluxo do nosso corpo é um eterno movimento de entradas e saídas. E, no entanto, nos desviamos da nossa natureza quando nos apegamos ou nos agarramos!
É preciso liberar. E liberar significa deixar sair, soltar.
Para nosso equilíbrio perfeito é preciso deixar ir velhas emoções, velhos padrões,... É preciso deixar ir todos os aspectos que já não servem mais ao Ser!
Ao liberar nos colocamos no momento presente, com todas as oportunidades que o momento nos traz! Quando liberamos o velho, nos entregamos ao novo!
Ao liberar, soltamos aquilo a que estávamos nos agarrando. Nos tornamos livres! E a liberação nos leva a idéia da entrega.
Não há entrega se não houver desapego e liberação! Entrega também envolve o soltar-se, porém envolve principalmente confiar no processo.
Ao “entregar”, nós nos rendemos ao fluxo natural da vida! Saímos do controle e simplesmente nos soltamos!
No momento da entrega, permitimos que o Eu Superior atue, trazendo a manifestação da Perfeição! Então, é preciso confiar no Eu Superior, na Divindade interna e acreditar que o Eu Superior não vem para nos castigar ou para nos trazer algo ruim!
E há uma crença de que entregar-se é ruim! O que você pensa quando alguém te diz: -“Entregue nas mãos de Deus”!
Normalmente se pensa que a situação já está perdida, o doente não tem mais jeito e vai morrer,... e assim uma série de medos e pensamentos ruins nos vem á mente!
Há que confiar. Confiar na Perfeição inerente ao Ser, e na tendência do Universo (interno e externo) de manifestar sempre o equilíbrio e harmonia!
Quando confiamos, não há porque agarrar-se nem mesmo á bens materiais que já não nos servem mais! Porque eles também estarão submetidos ás Leis Universais de fluxo contínuo! E nada nos faltará!
Há que modificar (liberar) velhas crenças!
Sendo assim, eu os deixo com algumas questões para reflexão:
1. A que você está se agarrando?
2. Já pensou no que aconteceria se você soltasse?
O maior exemplo de desapego vem das abelhas. Após construírem a colméia, abandonam-na. E não a deixam morta, em ruínas, mas viva e repleta de alimento. Todo mel que fabricaram além
do que necessitavam é deixado sem preocupação com o destino que terá.
Batem asas para a próxima morada sem olhar para trás.Na VIDA DAS ABELHAS temos uma grande lição.
Em geral O homem constrói para si, pensa no valor da Propriedade, tem ambição de conseguir mais bens, sofre e briga quando na iminência de perder o que "lutou" para adquirir."Onde estiver nosso coração, ali estarão nossos tesouros..." Assim, não pode haver paz uma vez que pensamentos e sentimentos formem uma tela prendendo o ser ao que ele julga sua propriedade. Essa teia não o deixa alçar vôo para novas moradas. E tal impedimento ocorre em vida ou mesmo após a morte,
quando um simples pensamento como "Para quem vai ficar a minha casa?" é capaz de ... retê-lo em uma etapa que já podia estar superada. Ele fica aprisionado a um plano denso, perde oportunidades de experiências superiores.
Para o homem, tirar a vida de animais e usá-los como alimento é normal. Derrubar árvores para fazer conservas de seu miolo, também. Costuma comprar o que está pronto e adquirir mais do que necessita. Mas as abelhas fabricam o próprio alimento sem nada destruir e, ainda, doam a maior parte dele.
A lição das abelhas vem do seu espírito de doação. Num ato incomum de desapego, abandonam tudo o que levaram a vida para construir. Simplesmente o soltam, sem preocupação se vai para um ou para outro. Deixam o melhor que têm, seja para quem for - o que é muito diferente de doar o que não tem valor ou de dirigir a doação para alguém da nossa preferência.
Se queremos ser livres, se queremos parar de sofrer pelo que temos e pelo que não temos, devemos abrigar em nós um único desejo: o de nos transformar. O exercício é ter sempre em mente que nada nem ninguém nos pertence, que não viemos ao mundo para possuir coisas ou pessoas, e que devemos soltá-las. Assim, quando alguém ou algo tem de sair de nossa vida, não alimentamos a ilusão da perda. Adquirimos visão mais ampla.
O sofrimento vem quando nos fixamos a algo ou a alguém. O apego embaça o que deveria estar claro: por trás de uma pretensa perda está o ensinamento de que algo melhor para nosso crescimento precisa entrar. E se não abrimos mão do velho, como pode haver espaço para o novo?
Fonte: Boletim de SINAIS - nº 6 - Figueira
Feliz reflexões!
Pesquisa e montagem de página: Fatima dos Anjos
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