Para astrônomos, uma em cada 4 estrelas contaria com astro como o nosso.
Pesquisa considerou corpos com 5 até 30 vezes a massa do 'Planeta Azul'.
Cientistas da Universidade da Califórnia, na cidade norte-americana de Berkeley, afirmam que planetas com o tamanho da Terra podem ser comuns fora do Sistema Solar. Os astrônomos Andrew Howard e Geoffrey Marcy, juntos a outros pesquisadores, publicaram os resultados de estudo sobre o tema na revista Science nesta sexta-feira (29).
Segundo os estudiosos, um em cada quatro estrelas parecidas com o Sol podem contar com astros girando ao seu redor, com massas entre 5 até 30 vezes a do "Planeta Azul". As estimativas mais aceitas na comunidade científica trabalham com chances mais remotas como uma estrela a cada 100. No estudo, foram considerados 33 planetas, que circulam 22 estrelas.
Durante a pesquisa, os astrônomos focaram a atenção em um total de 166 estrelas a até 80 anos-luz do Sistema Solar. Um ano-luz é a distância percorrida pelo raio de luz durante um ano, com velocidade de aproximadamente 300 mil quilômetros por segundo - a medida equivale a cerca de 9 trilhões de quilômetros.
Os pesquisadores procuraram por abalos na órbita das estrelas, do tamanho do Sol ou tipos menores conhecidos como anãs-laranjas, causados por planetas entre 3 até 1.000 vezes o volume da Terra.
Descobriram que 1,6% dos "sóis" contavam com companheiros sem luz própria do tamanho de Júpiter. Doze por cento tinham planetas de três até dez vezes a massa da Terra, os menores possíveis de serem detectados.
Os dados coletados pelos cientistas de Berkeley mostram que astros do tamanho de Netuno ou menores podem ser mais comuns que gigantes como Júpiter.
"Se pegarmos 100 estrelas como o Sol, um ou dois planetas vão ter o tamanho de Júpiter, quase seis teriam o volume de Netuno e cerca de 12 seriam quase como a Terra", diz Howard. "Nós arriscamos dizer que a estimativa para astros com apenas 1,5 e duas vezes o tamanho do nosso planeta é de 23% para cada centena de estrelas."
Durante o levantamento, os astrônomos também catalogaram 12 novos exoplanetas, a serem confirmados pela comunidade científica. Caso sejam validados, a equipe terá ligado 45 planetas em órbita de 32 estrelas.
Exoplanetas
A agência nacional norte-americana mantém um programa conhecido como Missão Kepler com o objetivo de detectar novos planetas fora do Sistema Solar. Howard e Marcy esperam combinar os dados da pesquisa com novas informações enviadas pela sonda lançada em 6 de março de 2009, com o foguete Delta 2.
Ao invés de focar na estimativa da massa dos planetas, a Kepler consegue medir o diâmetro do planeta com boa precisão. A meta é pesquisar 156 mil estrelas de fraco brilho aparente, coletando dados de 120 a 260 "Terras". Esses astros estariam orbitando cerca de 10 mil do total de estrelas pesquisado.
Normalmente, astrônomos só detectam planetas muito próximos às estrelas, o que representa um potencial para outros astros do tamanho da Terra surgirem, a distâncias maiores, incluindo a faixa dos 150 milhões de quilômetros que afastam o nosso planeta do Sol.
Outro objetivo é encontrar candidatos a uma distância conhecida como "goldilocks", nas quais os planetas estariam nem tão longe, nem tão perto da fonte luminosa, podendo conter água líquida na superfície. Essa é uma das condições mais procuradas por cientistas, já que pode indicar um local favorável para o desenvolvimento de seres vivos.
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