
Ao comer uma pêra, por exemplo, o aroma desta chega até o nariz e dissolve-se na mucosa que recobre as células sensíveis ao cheiro.
Estas células enviam sinais nervosos para parte olfactiva do cérebro que reconhece o gosto da pêra, e assim sabemos a fruta que estamos a comer.
O sabor doce da pêra pode também ser sentido nas papilas que ficam na ponta da língua.
Para saber a fruta que estamos a comer, são enviados sinais nervosos ao cérebro como ocorre no olfacto.
Também, por exemplo, quando estamos a fazer um bolo, no momento de o tirar do forno, sentimos aquele cheirinho delicioso no ar.
Isso ocorre porque as nossas narinas recebem vapores emitidos pelo bolo que nos trazem informações que associamos ao paladar, e é nesse momento que nos apetece dar-lhe uma grande trinca.
Em geral, associamos cheiros agradáveis ou não a um histórico de sensações que experimentamos ao longo da vida.
Por ser conhecido e ligado ao prazer, o cheiro do bolo traz a lembrança de comer o bolo, o que nos adianta o prazer que sentiremos ao comê-lo.
Temos uma parte de nossa memória reservada para os odores e sabores. Muitas vezes, basta olharmos para uma foto de um prato apetitoso para sentirmos aquele cheiro e aquele sabor delicioso que, na verdade, não está presente na imagem.
Esta é uma prova do nosso dia-a-dia em que podemos constatar a relação do olfacto e o do paladar...
O Paladar
Tal como o olfacto, o paladar é um sentido que analisa quimicamente moléculas.
Contudo, existem diferenças:
- O paladar é menos desenvolvido que o olfacto;
- O paladar necessita de um contacto directo com o objeto a saborear.
Quando o alimento entra em contacto com a língua, esta vai actuar com as papilas gustativas.
Os diferentes sabores vão ser captados e, posteriormente, as sensações serão transmitidas para o cérebro onde vão ser interpretadas, assim como as que chegam do sentido do olfacto.
A língua, no caso do Homem, desempenha um papel importantíssimo na articulação da linguagem.
É um órgão carnoso, constituído por dezassete músculos.
Quanto à sua forma, esta possui bordos arredondados, uma base larga e grossa e a ponta achatada de cima para baixo.

A face superior encontra-se envolvida pela mucosa lingual e é aqui que se encontra grande parte das papilas gustativas.
Estas podem ser circunvaladas, fungiformes e filiformes .
Cada célula receptora do paladar reage a um dos quatro sabores básicos: amargo, ácido, salgado e doce.
De sua combinação resultam centenas de sabores distintos.
As zonas da língua responsáveis por cada sabor básico varia, como podemos verificar na figura:

Curiosidades
O sistema olfactivo detecta a sensação de um odor de cada vez.
Se um odor pútrido e um aroma doce estão presentes no ar, o dominante será aquele que for mais intenso, ou, se ambos forem da mesma intensidade, a sensação olfactiva será entre doce e pútrida.
Patologias
A perda do sentido do olfacto é conhecida com o nome de anosmia que pode ser causada por uma lesão no nervo olfactivo, pela obstrução das fossas nasais ou por outras doenças.
Quando o olfacto se encontra degenerado, não tem de ser necessariamente porque o indivíduo apresenta alguma doença.
Por exemplo, no caso dos fumadores, estes possuem os sensores olfactivos muito degenerados, devido ao fumo do cigarro.
Contudo, basta alguns meses sem fumar, para que estes recuperem o seu olfacto.
Sinusite, desvio do septo, rinite, cancro do nariz e tumores nasais, são doenças que afectam o olfacto.
A paranosmia é uma sensação distorcida do olfacto, que geralmente resulta em sensação de cheiros que não existem ou cheiros desagradáveis.
O mau cheiro também pode ser um sintoma de sinusite crónica.
A pituitária
A pituitária é uma mucosa que cobre toda a zona das paredes das fossas nasais. Tem, anteriormente, continuidade com a pele dos orifícios do nariz e posteriormente com a mucosa da faringe.
Relativamente a esta mucosa, podemos designar a sua parte superior como mucosa olfactiva ou amarela e a sua parte inferior, como mucosa vermelha. Quanto à mucosa vermelha, é muito rica em vasos sanguíneos, e contém glândulas que segregam um muco, mantendo húmida a região. Se os capilares dilatarem-se, o muco é segregado em excesso, ficando o nariz obstruído, sintoma característico de quando apanhamos um pouco mais de frio. A mucosa amarela é muito rica em terminações nervosas.

Os produtos voláteis que se desprendem das diversas substâncias, ao serem inspirados, entram nas fossas nasais e dissolvem-se no muco que impregna a mucosa amarela, atingindo os prolongamentos sensoriais.
Dessa forma, geram-se impulsos nervosos, que são conduzidos até o corpo celular das células olfactivas, de onde atingem os axónios, que comunicam com o bulbo olfactivo.
É do bulbo olfactivo que se origina o nervo olfactivo que conduzirá os estímulos nervosos até ao cérebro.
No lobo temporal, na zona do córtex conhecida como área 7, é onde estas sensações são reconhecidas e interpretadas.

Esquema da estrutura do aparelho olfactivo e estutura miscroscópica das células sensoriais olfactivas.
O nariz é suma saliência volumosa que se situa no meio do nosso rosto.
Nele distinguem-se diversas zonas: três faces, três bordos, um vértice e uma base.
É na base que se abrem os orifícios aos quais denominamos narinas.
Estes orificios têm continuidade, interiormente, com as fossas nasais.
As fossas nasais são cavidades que se ligam com o exterior pelas aberturas inferiores do nariz e comunicam com a faringe pela sua região posterior. Toda esta zona encontra-se revestida por uma mucosa que se designa pituária ou mucosa nasal, na qual falaremos em pormenor num próximo post.
Odores
O homem é capaz de distinguir entre 2000 a 4000 odores diferentes.
Contudo, esta diversidade de odores resulta do arranjo de sete odores que são considerados básicos:
- Cheiro almiscarado;
-Cheiro floral;
-Cheiro mentolado;
-Cheiro canforado;
-Cheiro étereo;
-Cheiro acre;
-Cheiro pútrido.

Olfacção
Para que a olfacção se realize é preciso que o corpo que queremos cheirar seja gasoso ou, no caso de ser sólido, que liberte partículas que sejam solúveis no líquido que humedece a mucosa nasal, facilitando assim a sua análise.
A mucosa olfactiva é tão sensível que bastam poucas moléculas para estimula-la, produzindo-se assim a sensação de odor.
A sensação será tanto mais intensa quanto maior for a quantidade de receptores estimulados, o que depende da concentração da substância odorífera no ar.
É através do olfacto que distinguimos os diferentes tipos de substâncias que pairam no ar, que nos agrada ou não.
É a partir da estrutura das moléculas aromáticas que chegam ao nosso nariz que podemos dintinguir se a substância que as liberta nos proporciona uma boa sensação ou não.
Este sentido localiza-se sobretudo na musosa olfactiva que envolve as fossas nasais.
Sabias que ?
O olfacto é um dos sentidos do Homem mais primitivos, estando pouco desenvolvido comparativamente a outros animais.
O bicho-da-seda possui um olfacto tão aguçado que pode sentir a presença da fêmea a 11 Km de distância!
O olfacto fornece grande informação sobre o mundo exterior e, por isso, é necessario disciplina-lo e estimula-lo.
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