Marina Gold
"O que está embaixo é como o que está em cima". A frase um pouco enigmática aparece na obra de diversos místicos e pensadores herméticos: Hermes Trimegisto, Flamel, Swendenborg entre outros. Podemos entendê-la em dois níveis: um primeiro e mais simples - superficial -; outro - aprofundado -, ligado a complexidades bem desafiadoras. Explico:
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Nível 1: o mundo terreno e o espaço espiritual são semelhantes. Eles se correspondem intrinsecamente. Há um canal de contato entre os dois lados e, afora as coisas que observamos aqui serem materiais e as de lá inefáveis, nenhuma outra diferença há.
Nível 2: essa questão vai ficando mais desafiadora na medida em que compreendemos, após reflexão cuidadosa, a imensa diversidade de cenários e riqueza de ecologias presentes e visíveis por aqui - que, seguindo o afirmado na primeira linha, reverbera do outro lado. O mundo é muito diverso. Vejamos, por exemplo, o Brasil. São Paulo é bem menos quente do que Belém do Pará; o vento tropical que sopra em Porto Seguro é distinto, úmido, como não se encontra em São Joaquim. Regiões, lugares. Carregam marcas específicas e singulares.
O que aprendemos com isso? É preciso liberdade para percorrer paisagens e destinos. Para que qualquer passeio valha a pena, viajante e viagem devem se identificar. Por isso há quem prefira campo ou praia, montanha ou selva, acampamento ou resort. Da mesma maneira, lá do outro lado, as destinações também serão escolhidas. Causarão maior ou menor impacto e emoção, marcas mais ou menos fundas na memória.
Na verdade, fazemos turismo aqui e lá. Isso mesmo, ambas as experiência podem ser definidas exatamente assim: turismo. Quando atravessamos a fronteira, em qualquer direção (de lá para cá ou vice-versa), aquilo que poderíamos chamar de repertório de informações é apagado. Mas, e isso é muito importante, uma essência das coisas aprendidas, espécie de suporte, cor de fundo que influencia na tonalidade de qualquer tinta que sobre ela seja aplicada, aderida, permanece para sempre.
No início de novo trânsito, a base para construção de vivências será esse repertório tênue e fugidio, único depósito de referências que carregamos com a nossa alma e não se dissolve quando passamos desse para o outro lado. Ele sustentará as primeiras decisões tomadas, marcando o caminho que se desdobrará por todo o percurso posterior.
É equivocado imaginar que, ao mudarmos de dimensão, ficamos completamente vazios, no nada, absolutamente puros. Referências - claro que racionalmente inatingíveis -, indeléveis, acompanham-nos e servem de base para as opções iniciais, escolhas dos primeiros caminhos, ajustes de rota bem precoces. Essas referências nos acompanharão posteriormente e por todo o tempo.
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Especial para Terra
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