"Trazer luz à obscuridade, transmutar ignorância em conhecimento, é colaborar com o processo de redenção do planeta."

sábado, 29 de setembro de 2012

continuação ... O ESPÍRITO DE DUAS OBRAS


- 295 -

“Uma grande época tem sempre, na sua origem, um grande inspirador: os seus
discípulos e os daqueles formam a cadeia magnética, e propagam no mundo o seu
pensamento.” - G. I.

Alguém deve, no plano carnal, servir de Pólo de Contato. Este Pólo de Contato
deve ter os seus Pólos de Radiação, que são os seus discípulos. E assim se estende a
cadeia fenomênica, crescendo uma Revelação, atingindo a Humanidade inteira.

Vejamos que, sendo o Espiritismo a entrega à Humanidade do próprio Instrumento
Revelador ou Informativo, em caráter de Restauração, terá ele que atingir os confins da
Terra ou da Humanidade.

- 296 -

“Feliz daquele que atravessou os Mistérios; porque conhece a origem e o fim da
vida.” - G. I.

Ciência dos Mistérios ou Doutrina da Iniciação. Para as iniciações ou para o Cristo,
a Verdade era a Religião. Somente a Verdade pode ter o nome de Religião, sendo o
mais tudo meras patifarias de homens, idolatrias e mediocridades, com as quais os
maliciosos e gananciosos burlam as gentes.

Píndaro, ao exclamar assim, proclamou ao mundo os alicerces do Cristianismo do
Cristo, Cristianismo que desapareceu nas garras do imperialismo romano. Dali em
diante, todas as falcatruas e idolatrias passaram por Cristianismo.

Ainda bem que no século quatorze foi dada, por Jesus, a ordem de reposição das
coisas no lugar. E vieram ao mundo carnal os Wicliff, Huss, Joanna D'Arc, Lutero,
Giordano Bruno, Kardec, Denis, Delanne, etc. Em suas linhas mestras a Codificação é o
Extrato das Revelações, favorecendo instruções sobre o cultivo da mediunidade e
abrindo caminho a todos os progressos espirituais.

- 297 -

“Eu creio no meu espírito familiar; com mais razão devo, pois, crer nos deuses,
que são os grandes espíritos do universo.” - Sócrates, nos G. I.

Já dissemos muitas vezes, que aos espíritos chamavam DEUSES, quando se tratava
dos Mensageiros Superiores, também chamados Espíritos de Deus, da Verdade ou
Santos. É sempre uma a realidade iniciática, sendo que em Jesus, o Cristo, teve a sua
cultivação generalizada, o que vem o Espiritismo de renovar, conforme estava dito pelo
mesmo Jesus, que haveria um dia a reposição das coisas no lugar.

Os algozes dos Profetas, dos Iniciados, do Cristo e dos Apóstolos, passaram, mas a
Verdade continua de pé. Quem poderia lutar contra ela e vencer?

- 298 -

“Morreu como Jesus, perdoando seus verdugos, e tornou-se para a humanidade
inteira o modelo dos sábios mártires. É que ele representa o advento definitivo da
iniciação individual e da ciência livre.” - G. I.

Tudo isso é muito verdadeiro; mas a maior grandeza está naquilo que aconteceu nas
últimas horas de sua vida, no preâmbulo da execução, pois foi então que com toda a
serenidade passou a discorrer sobre a imortalidade da alma e a vantagem gloriosa de
estar bem com a Ordem Divina.

Sócrates foi, antes de mais nada, um dos precursores do Cristo. Ele tinha
Conhecimento da Verdade por ser um iniciado, tinha firme Vontade por ser um gênio
do Saber e da Virtude, e tinha Coragem para enfrentar mil mortes, se fosse preciso, por
saber que a morte nas mãos dos ignorantes é um imperativo do bom apostolado nos
mundos inferiores.

A ignorância reclama provas rudes, exige a brutalização da Verdade, quer o
máximo de testemunho, sem compreender coisa alguma em matéria de
responsabilidade; e a Sabedoria e a Virtude contribuem com as suas dádivas porque,
sendo Sabedoria e Virtude, podem elevar-se aos extremos da Renúncia.

- 299 -

“O que Orfeu promulgou por meio de obscuras alegorias, diz Proclos, ensina-o
Pitágoras depois de ter sido iniciado nos mistérios órficos, e de tudo obteve Platão um
conhecimento pleno, pelos escritos órficos e pitagóricos.” - G. I.

Sempre houve, como já assinalamos por vezes, uma infusão perfeita entre as
Escolas Esotéricas da antiguidade.

Além de Sócrates e Platão, podemos encontrar em Plotino, Jâmblico, Proclos e
muitos outros maiores e menores pensadores daqueles dias, a grandeza espiritual da
iniciação esotérica.

Quem é que estuda, comparativamente, os escritos dos Apóstolos, mormente dos
mais versados em espiritualidade, que não venha a encontrar profundos traços de
Pitágoras e de Platão em seus escritos? João Evangelista, por exemplo, empregou
sentenças completas do pitagorismo puro, além de ter aplicado, inclusive, bastantes
derivâncias, com acentuadas marcas de platonismo. E no quarto século, ao fabricar
Roma a corrupção doutrinária, liquidando a Revelação, o Batismo de Espírito, procurou
engendrar o seu clericalismo idólatra e mercenário, usando muito platonismo, pelo fato
de ser Platão muito obscuro em matéria de iniciação pura, sendo muito mais escolástico
e idealista político do que iniciado órfico.

Entretanto, ainda que obscuramente, Platão é um iniciado, e em todos os seus
escritos se encontram, mais ou menos veladamente, ensinos iniciáticos.

- 300 -

“Havendo penetrado com Hermes, Orfeu e Pitágoras, no interior do templo,
melhor podemos julgar da solidez e da direitura dessas largas estradas construídas
pelo divino engenheiro que foi Platão. O conhecimento da Iniciação dá-nos a
justificação e a razão de ser do Idealismo.” - G. I.

A Humanidade, através de seus vultos melhores, tem feito apenas livrecos, pois o
único Livro Perfeito é a Criação, é o Todo Anímico e é o Todo Cósmico. No entretanto,
como temos visto, nesta passagem rápida pelos Grandes Reveladores e Mestres da
humanidade, podemos reconhecer que eles chegaram a vislumbrar palavras e sentenças,
períodos e páginas do Sagrado Livro da Vida.

O Cristo, como Reflexo de Deus, dá-nos a prova desta assertiva, pois não escreveu.
Para quem quiser entender, a Verdade falada fica muito distante da Verdade
Vivida; é por isso que importa procurar informações na Forma, no Exterior, a fim de ir
realizando, em Páginas de Vida Eterna, a Verdade Interior.

- 301 -

“Em todas as iniciações e mistérios, os deuses revestem muitas formas e
aparecem sob uma grande variedade de figuras: umas vezes é uma luz sem forma,
outras essa luz reveste uma forma humana, outras ainda uma forma diferente.” -
Proclos, em G. I.

O Espiritismo, como Restauração do Batismo de Revelação, encherá o mundo
inteiro de profetas ou médiuns, fundindo os dois planos da Vida em um só, para efeito
de intercâmbios. E a Humanidade, tornada consciente das verdades de Deus, que são
Eternas, Perfeitas e Imutáveis, trilhará o Caminho da Verdade, do Bem e do Belo.

Quanto à palavra DEUSES, já dissemos, significa anjos, espíritos ou almas.

- 302 -

“A palavra de Deus só vive nos seus profetas. Um dia, os sábios essenianos, os
solitários do Monte Carmelo e do Mar Morto, te responderão.” - G. I.

Puseram na boca de Maria as palavras do texto transcrito; por elas, precisa o fato de
ser a Ordem dos Nazireus, a Escola de Profetas de Israel, a detentora dos conhecimentos
iniciáticos.

Os Nazireus, por corruptela também chamados Nazarenos, datavam desde o
Patriarca Henoch, o homem que, viajando pelo Extremo Oriente, de lá trouxe o vedismo
iniciático, estabelecendo-o nas terras do Médio Oriente, onde se estendeu, ganhando
vários nomes, porém conservando a mesma Linha Mestra ou Fundamental.

Dos Patriarcas de antes do Dilúvio, passou aos Patriarcas de após Dilúvio, sofrendo
os abalos normais, caindo e levantando, conforme os povos caíam e levantavam. A
Bíblia inteira é um Tratado de Mediunismo ou Profetismo, bem assim como as demais
Bíblias da Humanidade. E os Nazireus fizeram a Bíblia.

Moisés procurou a Revelação para todo o povo, e houve por seu intermédio o
primeiro batismo coletivo de espírito, na pessoa daqueles setenta escolhidos. E por ter
havido nova queda, após a morte de Moisés, foi Samuel, o grande vidente e auditivo,
como a Bíblia o afirma, encarregado pelo Senhor de fazer a restauração da Ordem dos
Nazireus.

Apesar de Saul haver feito a queima dos Livros e dos Profetas e Médiuns, nunca
mais faltaram cultivadores sérios do Profetismo, até que Jesus nasceu. Sendo exato que
o clericalismo levita sempre os perseguiu e trucidou, mas o certo é que a Chama da
Revelação, da Palavra de Deus, nunca faltou.

Na hora cíclico-histórica em que Elias devia reencarnar, para viver a profecia que
está contida nos dois últimos versículos do Velho Testamento; na hora cíclico-histórica
em que o Cristo devia vir ao mundo, Gabriel, um anjo, espírito ou alma, teve a quem
falar para fazer a anunciação. Zacarias, Maria, Izabel, Simeão e Ana, além de outros não
mencionados, eram profetas ou médiuns, tinham ligação com a Ordem dos Nazireus.

A Ordem dos Nazireus, avisada por Mensageiros do Senhor, acolheu João e Jesus,
para ensinar os rudimentos do mundo e para que saíssem, em cumprimento da tarefa, na
hora que também pelos Mensageiros fosse determinada. João falou daquele que lhe
mandara pregar, sem dizer quem era ele. E Jesus disse ao povo, e muito em particular
aos discípulos, que veriam os anjos subindo e descendo sobre a cabeça do Filho do
homem. Quem não entende isso?

Jesus nunca foi um iniciado, porque foi, desde sempre, o Grande Iniciador
Planetário.

Jesus foi anunciado desde trinta e seis séculos antes de nascer.

Jesus viria com o Espírito Sem Medida. É bom meditar sobre a questão.

Jesus falou, muitas vezes, sob o impulso de Santos Espíritos.

Jesus veio, para trazer a toda a carne o Batismo de Revelação.

Jesus pagou com a morte na cruz o direito de Batizar em Espírito.

Jesus foi o único que voltou em espírito, para epilogar a Missão.

Jesus, no Livro dos Atos, dá testemunho do Batismo de Espírito.

Jesus encontrou em Paulo, o Vaso Escolhido, o Cavaleiro Andante do Consolador,
o melhor intérprete do Pentecostes, do Batismo de Espírito. A Moral foi sua armadura, o
Amor à causa do Cristo foi o seu ginete, estender a Graça da Revelação foi o seu
ministério e a coragem indômita foi a sua coroa de vitória. Assim como nos Profetas
temos os avisos do futuro derrame de Revelação sobre a carne; assim como temos em
João Batista o anúncio de que Jesus seria o portador dessa Graça para toda a carne;
assim como em Jesus observamos o propósito missionário na transmissão dessa Graça
para toda a carne; assim mesmo é que vamos encontrar em Paulo o dinâmico
propagandista do Batismo de Espírito!

Porque não há Evangelho sem haver Consolador; porque não há Cristianismo sem
haver Batismo de Espírito; porque não há Novo Testamento sem haver o Livro dos
Atos; por tudo isso, fica saliente, ninguém poderá compreender a função missionária do
Cristo, a menos que conheça e pratique os capítulos doze, treze e quatorze da Primeira
Epístola de Paulo aos Coríntios.

O maior crime da História foi praticado em Roma, no quarto século, quando
eliminaram o Cristianismo do Cristo, edificado sobre a Moral, o Amor e a Revelação,
para inventar o catolicismo romano, imoral, sanguinário, idólatra, mercenário,
mentiroso e blasfemo do Batismo de Espírito. Foi a segunda crucificação do Cristo!

Mas uma segunda crucificação que ainda continua, e que na sua horrorosa continuação
entrega a Humanidade aos descalabros do materialismo e da sensualidade.

Se o Consolador tivesse continuado a ilustrar as gentes, consoante temos as provas
nos escritos apostolares, em que grau de conhecimento de causa estaria hoje a
Humanidade? Estamos apenas com cem anos de Restauração Codificada e bem
sabemos o que ela fez, ensinando verdades imorredouras, tornando os filhos conscientes
de suas fundamentais responsabilidades para com o Pai Divino. Com quase vinte
séculos de comunhão com o mundo espiritual, naquela base em que os Apóstolos
faziam, como está citada no capítulo quatorze, em que altura teríamos a Humanidade,
em matéria de senso de fraternidade?

Era comum perguntarem, os Apóstolos, se os novos crentes já haviam recebido a
comunicação com o Espírito da Verdade, nome das Legiões do Senhor, através dos dons
espirituais ou mediunidades, como agora dizemos. E quando respondiam em sentido
contrário, impondo as mãos despertavam os mesmos dons, as mediunidades, e lá vinha a
Graça trazida por Jesus-Cristo!

Os capítulos dez, onze e dezenove, dos Atos, são simplesmente formidáveis; e por
isso a palavra autorizada de Paulo era deste modo:

“As coisas ocultas do seu coração se fazem manifestas, e, assim, prostrado com a
face em terra, adorará a Deus, declarando que Deus verdadeiramente está entre vós.”

Tudo isto, como é sabido, para ter cumprimento a palavra do Cristo, quando
sentenciou:

“Quando vier porém aquele Espírito de Verdade, ele vos ensinará todas as
verdades, porque ele não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e
anunciar-vos-á as coisas que estão por vir.” - João, cap. 16.

Tal e qual a função dos Espíritos Mensageiros, ou Anjos Anunciadores, de que o
Velho Testamento está repleto. E por ser mesmo o seguimento profético, convém
lembrar Joel, em uma das dezenove vezes em que o Batismo de Revelação está
anunciado no Velho Testamento:

“Depois disto acontecerá também o que vou dizer: Eu derramarei do meu espírito
sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão; os vossos velhos
serão instruídos por sonhos, e os vossos mancebos terão visões...” - Joel, cap. 2.

Bem se vê, portanto, qual o motivo que fez Pedro, no capítulo dois do Livro dos
Atos, explicando a grandiosa eclosão mediúnica do Pentecostes, reportar-se ao que fora
profetizado através de Joel. Porque derramar do Espírito sobre a carne, tal fora a função
missionária de Jesus-Cristo!

E como não poderia deixar de ser, a maior blasfêmia contra Deus é blasfemar
contra o Batismo de Revelação, aquele que Jesus pagou com o Seu sangue inocente.

- 303 -

Sendo o Espiritismo a Restauração do Consolador, a volta ao cultivo do Batismo de
Revelação, é ele a Súmula das Revelações. É a entrega, à Humanidade, do próprio
Instrumento Revelador, sendo por isso a Revelação Total, aquela que contém em si
tudo, para ir ministrando gradativamente, conforme a Evolução das inteligências for
permitindo. E por mais que façam alguns suas cabriolas, querendo fazer parecer que
descobriram novidades, a realidade é que tudo estava nesta Chave Fundamental -
Essência, Existência, Movimento, Imortalidade, Evolução, Responsabilidade,
Reencarnação, Revelação, Habitação Cósmica e Sagrada Finalidade.

E aqueles que forem menos viciados em idolatrias, de letras mortas ou de engodos
litúrgicos e comercialistas, estes tais prestarão atenção a estas cinco palavras - Moral,
Amor, Revelação, Sabedoria e Virtude. Procurando conhecê-las e vivê-las, estarão
marchando no rumo da própria cristificação, da unidade vibratória com o Divino
Modelo, para através d'Ele fazer a união com o Pai Divino.

Olhando para trás, aos dias distantes da história revelacionista do Planeta,
mergulhamos o coração nos Emissários do Senhor, para ali deixar uma gota de
penhorada reverência. Mesmo porque, bem o sabemos, nunca estiveram à margem das
movimentações renovadoras, inscrevendo-se com outros nomes, porém deixando
patente a competência em assuntos de tamanha grandeza.

Que o Pai Divino, através do Cristo Planetário, que é Jesus, faça a Árvore do
Conhecimento, da Iniciação Doutrinária, reverdecer nos corações de Seus filhos lotados
neste Planeta.

Se algum dia aparecer outra Cidade dos Sete Montes, com outra corruptora em sua
lombada, blasfemando contra a Moral, o Amor e a Revelação, que Ele nos permita
retornar à luta, para repor a Verdade no lugar e fazer triunfar a Virtude.

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