"Trazer luz à obscuridade, transmutar ignorância em conhecimento, é colaborar com o processo de redenção do planeta."

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

continuação ... O ESPÍRITO DE DUAS OBRAS


- 226 -

“Todos esses mestres lhe tinham revelado horizontes novos, mas nenhum o
satisfazia. O que ele procurava interiormente, no labirinto dos ensinos contraditórios,
era o laço, a síntese, a unidade do grande Todo.” - G. I.

Os grandes espíritos sempre revelam apego ao que é Eterno, Perfeito e Imutável. Os
maiores ensinos do Cristo estão nas sentenças curtas e concisas. Somente aquele que
está deveras alicerçado, fundamentado, pode movimentar-se à vontade e sem o perigo
de sofrer abalos e quedas.

O mal dos religiosismos é este - chafurdar as criaturas no exteriorismo, fazê-las
mergulhar nas simulações, afastá-las do conhecimento das leis que regem os
fenômenos.

O sentido Moral da Vida é mais do que a mesma vida, porque é a Vida elevada em
Dignidade.

Só poderá encarar a Vida por um ângulo, pelo menos por um ângulo superior,
aquele que se tenha elevado em Moral.

Nenhum espírito se elevaria ao grau de Cristo Cósmico, antes de se realizar como
Cristo Anímico; e sem Moral, como seria isso tudo possível?

Nas Altas Esferas da Vida é que se sabe o que representa a Moral, como Hierarquia
e como Autoridade. Estas realidades, entretanto, não poderão jamais ser vazadas através
das palavras. Aquele que subir mais, de cima poderá ver tudo muito melhor. Transferir
palavras, portanto, será sempre transferir palavras.

Todavia, cada filho de Deus tem a Verdade dentro de si mesmo.

- 227 -

CIÊNCIA DA UNIDADE

As tradições esotéricas ensinavam a Verdade,
Uma chave tendo elas, uma linha fundamental;
Essa linha era a grande e pura lei de Unidade,
O Manifesto e o Imanifesto, a síntese geral.
Não sendo a Sabedoria Antiga uma idolatria,
Mandava procurar Deus na intimidade em geral;
Sabia que, por evolução, a isso se chegaria,
Descobrindo o homem, em si mesmo o Pai Divinal.
Partindo de si, marcharia rumo ao Infinito,
A conhecer Deus, na presença do Cosmo glorioso;
Ele sentia a Deus, no grande e no pequenito,
Reconhecendo em tudo, Aquele Gerador Majestoso!
Após vieram as corrupções, surgiram religiões,
Inventaram-se formalismos, puseram Deus distante;
Aviltaram a Verdade, vendendo tantas simulações,
Que em lugar de adulto, o homem deu para infante.
Agora, na estrada que o mundo em si representa,
Guerras, pestes e fomes, vigiam a pobre gentalha;
A idolatria pensou, criou, sustentou a tormenta,
E assim fazendo, entregou-lhe a negra mortalha!

- 228 -

“Era na síntese dos três mundos que estava o segredo do Cosmos.” - G. I.

Material, Humano e Divino, para encarar o problema da Verdade a começar da
Terra; e Divino, Humano e Material, para começar de Deus.

Repetimos estas palavras - Essência, Existência, Movimento, Evolução,
Imortalidade, Responsabilidade, Reencarnação, Revelação, Habitação Cósmica e
Sagrada Finalidade.

Qual a Essência de Deus, do homem e da matéria?

Qual a extensão da Existência, de Deus, do homem e da matéria?

Qual a intensidade do Movimento, de Deus, do homem e da matéria?

Qual o sentido total da Evolução, da matéria e das mônadas espirituais?

Por que tudo é Imortal, a matéria e o espírito?

Quantos são os graus de Responsabilidade?

A Reencarnação só existe no reino animal?

Até onde se eleva a Revelação?

Qual a extensão da Habitabilidade Cósmica?

Conhece perfeitamente a Sagrada Finalidade?

Responder isso totalmente é o mesmo que ser Infinito como Deus; é possível uma
tal realidade, para os filhos de Deus?

Por que sim ou por que não?

- 229 -

“Foi no Egito, portanto, que Pitágoras adquiriu essa vista de alto que permite
aperceber as esferas da vida, as ciências numa ordem concêntrica; compreender a
involução do espírito na matéria pela criação universal; e a sua evolução, ou
ascensão para a Unidade, por essa criação individual que se chama o
desenvolvimento de uma consciência.” - G. I.

Tal e qual a lição do Cristo, cuja essência é a ascensão do espírito, até ser
vibratoriamente Uno com o Pai. Tudo, desde os mais remotos tempos, em matéria de
Iniciação, resumiu-se na Sagrada Finalidade do espírito. Tudo quanto diz respeito a
Mundos, Formas e Transições, ainda que nos planos erráticos ou etéricos, tem por
exclusiva finalidade a libertação total da alma.

Filha do AMOR, em AMOR terá que se converter, custe mais ou custe menos; e as
contingências dos planos erráticos, suas imensas alternativas, segundo o grau de
merecimento de cada uma, bem prova a Unidade da Lei de Harmonia.

Os mundos materiais, que se estendem dos sólidos aos etéreos, nada mais
representam do que ambientes, onde segundo a lei do peso específico as almas sejam
obrigadas a movimentar, para atingir o píncaro da Liberdade.

Durante a romagem evolutiva, no Cosmos, tanto pode ser que andem mais depressa
ou menos depressa, mas o certo é que um dia se terão feito livres, de tudo quanto é
transitório.

E Jesus, o Molde Divino, o Homem-Amor, no Amor fez residir a Chave da
Liberdade. E, afinal, sem Amor, em que dariam as Artes, as Ciências e as Filosofias?

- 230 -

“Buscai o Reino de Deus e sua Justiça, e tudo o mais tereis por acréscimo.” -
Jesus.

Assim como o peixe não poderia viver fora d'água, assim mesmo o espírito filho
não poderá viver apartado do Espírito Pai. E quanto mais se infusar com o Pai Divino,
tanto melhor. O Pai, entretanto, significa Lei e Justiça. Fora do Equilíbrio não poderá
haver felicidade real, essa felicidade que é a espiritual.

- 231 -

“Sede perfeitos, como é perfeito vosso Pai que está no céu.” - Jesus.

O Pai não é Pessoal e sim Impessoal.

O Céu não é restritamente local, e sim divinamente universal ou onipresente.

A perfeição significa sintonia vibratória, unicidade levada a termo na intimidade
profunda de cada filho de Deus.

Sendo a Evolução a lei da Vida, por ela é que se atinge a Unidade ou Paridade
Vibratória.

Quando é que o filho sabe que tem o Reino do Céu dentro de si mesmo?

- 232 -

“É esse o povo misterioso das almas luminosas e transparentes, que vivem na
eterna aurora duma felicidade perfeita. Ali estão os seus verdadeiros sacerdotes e as
suas sacerdotisas amadas. Vive com eles numa comunidade íntima e profunda, e
sempre que quer conceder aos homens um dom real, arranca a esse país dos
Hiperbóreos uma das suas grandes almas luminosas e fá-la nascer sobre a Terra,
para que ensine e encante os mortais.” - G. I.

E temos aí afirmadas, uma vez mais, três verdades simples e fundamentais: a
evolução lenta e gradativa; a reencarnação como válvula redentora e evolutiva; e o
mecanismo do messianato, das almas de escol que reencarnam para fazer a Humanidade
evoluir.

- 233 -

“O Apolo Hiperbóreo significa, pois, a descida do céu sobre a Terra, a
encarnação da beleza espiritual no sangue e na carne, o fluxo da verdade
transcendente pela inspiração e pela vidência.” - G. I.

Todas as Escolas Iniciáticas, ou aquele Espiritismo de portas fechadas ao vulgo,
repousavam no conhecimento da Verdade Profética; e por isso viviam em comunhão
com as grandes leis, sabendo perfeitamente as coisas da reencarnação e a função dos
espíritos artistas, cientistas e videntes ou profetas no mundo. Jamais um iniciado poderia
ser um bruto ou animalizado, porque ele era na Terra um representante das excelsas
verdades do mundo espiritual.

- 234 -

“Conforme as almas que reveste, conforme os mundos que envolve, esse fluido
transforma-se, afina-se ou condensa-se.” - G. I.

Toda a Sabedoria Antiga ensinava muito sobre os fluidos. Da Luz Divina ao Éter, e
do Éter aos estados de Vapor, Líquido e Sólido, ela sabia dizer que havia um elo, uma
linha de trânsito, uma lei que favorecia a mutação dos estados.

E afirmava que o corpo astral ou carro da alma, tinha tudo relacionado com essa lei
e esses fenômenos, tanto assim que começava opaco e grosseiro, devendo tornar-se todo
Luz e Glória por evolução.

Pitágoras foi grande na observação de tais leis e fatos, naqueles dias recuados,
longe da desintegração atômica, que prova as marchas de ida e volta da matéria, desses
fenômenos de integração e desintegração que são comuns e contínuos na Ordem
Cósmica.

- 235 -

“E corpos há celestiais, e corpos terrestres, mas uma é, por certo, a glória dos
celestiais, e outra a dos terrestres.” - Paulo.

Nunca os videntes viram mais do que os corpos perispiritais dos anjos, espíritos ou
almas; e é assim que os conceitos variam, segundo a forma exterior, a característica da
última encarnação ou qualquer outra que o espírito queira tomar, para se apresentar.

Como se apresentaram os anjos, espíritos ou almas do Velho Testamento? Como se
apresentou Gabriel? Como se apresentaram Moisés e Elias, no Tabor? Como passou a
se apresentar Jesus, depois da crucificação e da ressurreição?

Essa matéria já é velhíssima nos anais doutrinários, nada importando considerá-la
mais. O que importa saber é que o corpo perispirital, esse que não deixa o espírito,
porque o acompanha desde a origem, terá que se diafanizar, tornar como Luz Divina,
que é o Segundo Estado de Deus. Tal é o perispírito dos Cristos, o corpo astral dos
espíritos que ultrapassaram a lei das reencarnações obrigatórias.

Não é o mais importante, portanto, perguntar pelo corpo somático, que é transitório;
importa é cuidar divinamente do corpo astral, porque esse é aquele que representa o
espírito. Quem quiser conhecer de fato um espírito, que olhe deveras para o seu
perispírito, porque ali tudo está registrado, os bens e os males. As observações
psicométricas que o digam!

- 236 -

“Não vos deixeis enganar; as más conversações corrompem os bons costumes.” -
Paulo.

De modo geral e particular. De modo geral, ao se tratar de todo e qualquer
cometimento humano. E de modo particular, ao se tratar de Doutrina; porque todas as
corrupções, sempre começaram com as más concepções e conversações. As pagodeiras
católicas e os discursozinhos falazes do protestantismo, ambos empreiteiros da
blasfêmia contra o Batismo de Espírito ou Revelação, como começaram?

- 237 -

“E se neste tempo for feita qualquer revelação a algum outro, dos que se acham
sentados, cale-se o que falava primeiro.” - Paulo.

As reuniões dos Apóstolos eram o cultivo do Consolador, do Batismo de Espírito,
não de simulações litúrgicas ou de discursozinhos falazes, apenas. Depois do
Pentecostes a mediunidade era o motivo de atenção de todos os do Caminho. E é por
isso que Paulo, no capítulo quatorze da Primeira Carta aos Coríntios, afirma o que
acima foi transcrito.

O Espírito Santo, Consolador, de Deus ou do Senhor, ou Paracleto, era um fato, era
o instrumento de advertência, ilustração e consolo. De modo algum era essa fantocharia
que católicos e protestantes pretendem que tenha sido ou seja.

E o Espiritismo, restauração que é do Caminho do Senhor, ou do Seu Batismo de
Revelação, bem prova sobre as diferentes categorias de espíritos comunicantes. E o
discernimento que cumpre aos encarnados.

- 238 -

“Ou que dará o homem em troco, pela sua alma?” - Evangelho.

O pensamento fiel, que decorre do conhecimento perfeito, é não querer ganhar o
mundo e pôr a alma em aflição; mas os homens ainda acham que o bolso, o estômago, o
sexo, o egoísmo e o orgulho, muitas vezes representam tudo, muito mais do que a alma,
que até mesmo soem negá-la.

Se pensassem bem, e tivessem gosto pelo cultivo do Consolador ou da Revelação,
por certo que teriam sempre à vontade o conhecimento de tais verdades. E os erros
religiosos, piores do que os outros, porque idólatras e fetichistas, apenas com ares
superficiais de religião, seriam os primeiros a serem repelidos.

- 239 -

“Depois de mim vem um homem que me foi preferido, porque era antes de mim.”
- João Batista.

João afirma, com isso, que ambos eram de antes dos corpos, sendo que Jesus lhe era
anterior e superior. Bastaria isso, para que os inteligentes compreendessem a lei de
encarnação, cuja reincidência é a reencarnação. João e Jesus vieram ao mundo por uma
lei comum a todos os espíritos, pois a encarnação é a válvula redentora e evolutiva.

Reencarnar é apenas tornar a encarnar; e uma vez que encarnar é lei simples, reencarnar
é a sua lógica, o seu motivo, para que o espírito pague pelas faltas e continue a
evolução.

- 240 -

“Ora, o Senhor é Espírito; e onde há o Espírito do Senhor, aí há liberdade.” -
Paulo.

Em primeiro lugar, Paulo foi, depois do seu encontro mediúnico com Jesus, o
Cavaleiro Andante do Consolador, do Batismo de Espírito ou Revelação.

Em segundo lugar, Jesus afirmou que onde estivessem dois ou três reunidos em Seu
nome, Ele ali estaria. Ele não disse clérigos, nem disse que seria em templos de pedra,
de pau ou coisa que pareça. Porque Ele batizou em espírito, sendo que os dons
mediúnicos e os espíritos não são de controle das clerezias.

Também não disse, Jesus, que para Ele estar presente, em si ou através dos espíritos
mensageiros, deveriam os homens arranjar fantasias e fabricar ídolos, tudo isso que já é
crime contra os Dez Mandamentos. Ele veio derramar do espírito sobre toda a carne,
precisamente para dar fim à pior praga de todos os tempos, que sempre foi o
clericalismo, a fábrica de ignorantes e criminosos.

E ainda outro quesito em favor da Verdade, pois o que tira a orfandade é o
Consolador ou Espírito da Verdade, isto é, a Revelação. Para que ninguém ficasse órfão
da Verdade, afirmou Jesus que enviaria o Consolador; e basta ler os capítulos um, dois,
sete e dezenove dos Atos, para saber como Jesus agiu, em cumprimento de Sua palavra.

Em síntese, tudo é questão de retornar ao modo de reunir dos Apóstolos, que é
como se encontra no capítulo quatorze da Primeira Carta aos Coríntios; e fazendo assim
o resultado é - Espiritismo!

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