"Trazer luz à obscuridade, transmutar ignorância em conhecimento, é colaborar com o processo de redenção do planeta."

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

continuação ... O ESPÍRITO DE DUAS OBRAS


- 43 -

“Ora, Deus não o é de mortos, mas sim de vivos” - Mateus, cap. 22.

Anjo, espírito e alma, tudo quer dizer a mesma coisa na linguagem bíblica. Nesse
mesmo capítulo, afirma Jesus, que depois da morte do corpo as almas dos ditos mortos,
serão como os anjos de Deus no céu. Gabriel, que anunciou o nascimento de João e de
Jesus, quem era senão um espírito desencarnado? Moisés e Elias, que estiveram no alto
do Tabor juntos com Jesus, Pedro, Tiago e João, não eram apenas dois desencarnados?

Bem afirmou Jesus, que muitas coisas mais tinha a dizer, coisas que o povo não
poderia então suportar; e afirmou, ao mesmo tempo, que o Consolador ou Batismo de
Revelação o faria, no curso do tempo. Vide João, cap. 16.

Quem mais dificulta a evolução do homem é o seu sectarismo. Ele vai falando na
Verdade e vai crucificando-a ao mesmo tempo. Armado com as armas simples do
Saber, da Virtude e da Revelação, que não faria ele? Entretanto, prefere ser sectário em
lugar de ser simples e verdadeiro. Algum dia, porém, ele compreenderá que a Verdade é
a Religião e que ela não cheira a religiosismo algum.

- 44 -

“As aves do céu têm seus ninhos, e as raposas suas tocas, mas o Filho do homem
não tem onde reclinar a cabeça.” - Evangelho.

Quando Jesus entrou no Templo a primeira vez, para pregar, já O quiseram matar.

Toda a Sua vida, viveu-a escorraçado pelos sinedristas e fariseus. E por fim, estes O
prenderam, judiaram e crucificaram. Se a Verdade não estivesse com Jesus, por certo
ficaria no Templo e com os seus donos... O grandioso fenômeno do Pentecostes, ou
Batismo de Espírito, também não se deu em Templo algum...

Sem dúvida que, em questão de Verdade, de um lado ficam o Saber, a Virtude e a
Revelação, e do outro lado ficam as clerezias em geral.

Até o presente, em bem poucos corações terá Jesus a oportunidade de reclinar a
cabeça; porém os clericalismos em geral, ainda O vivem crucificando. Enquanto
existirem blasfemos do Batismo de Espírito, ou clérigos de qualquer ordem ou matiz
que pregam ser a Revelação coisa de Belzebu, Jesus estará sendo crucificado.

- 45 -

“Este não lança fora os demônios, senão em virtude de Belzebu, príncipe dos
demônios” - Mateus, cap. 12.

E Jesus respondeu-lhes que o pecado contra o Instituto Revelador não terá perdão,
mas terá que ser pago totalmente. Espírito Santo, de Deus, de Verdade, Consolador ou
Paracleto, tudo quer dizer a mesma coisa. A Mensageiria Divina foi colocada por Jesus
no seu devido lugar: acima das blasfêmias humanas!

Os Atos e as Epístolas estão cheios de grandiosos fenômenos mediúnicos.

Entretanto, depois que Roma chafurdou a Humanidade no seu clericalismo idólatra,
onde foi parar o Batismo de Jesus, o Espírito Santo ou de Verdade, o Consolador ou
Paracleto?

Do batismo de João, que era apenas dos homens, fizeram mercado; e do Batismo de
Jesus, que é do Céu porque é de Revelação, que fizeram? Claro que fizeram, mais uma
vez, coisa de Belzebu!

- 46 -

“Homens de dura cerviz, e de corações e de ouvidos incircuncisos, vós sempre
resistis ao Espírito Santo; assim como obraram vossos pais, assim o fazeis vós
também.

A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? E mataram eles aos que de
antemão anunciavam a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e
homicidas;

Vós que recebestes a Lei por ministério dos anjos, e não a guardastes.” - Atos,
cap. 7.

Três verdades conseqüentes ressaltam do texto acima - a Lei, que veio por
fenômeno mediúnico. Profeta, que é Médium, ou por quem os espíritos transmitem as
mensagens. Espírito Santo, de Deus, de Verdade, Consolador ou Paracleto, que é a
Mensageiria Divina, a comunicabilidade dos espíritos.

O Conhecimento da Verdade vem pelo Profetismo, pela Revelação; mas os
clericalismos sempre foram os assassinos dos Profetas, assim como o foram de Jesus, e
dos Apóstolos quase todos. E por fim mataram o Batismo de Espírito, liquidaram de vez
com a Revelação, forjando a Inquisição para melhor garantir o andamento da blasfêmia.
Maravilhoso capítulo, o sete do Livro dos Atos!

- 47 -

“E Saulo era consentidor na sua morte.” - Atos, cap. 7.

Paulo era perseguidor, até alcançar o seu Pentecostes, o seu Batismo de Espírito. Na
Estrada de Damasco, Jesus entregou-lhe a parte que lhe tocava do Seu Batismo de
Revelação, e Paulo tornou-se o Arauto do Batismo de Espírito. Nenhum outro Apóstolo
foi tão grande conhecedor dos fenômenos mediúnicos, como o foi o Vaso Escolhido.

Em três capítulos seus: doze, treze e quatorze, da Primeira Carta aos Coríntios, a
Excelsa Doutrina tem perfeita evidência, porque ali o Saber e a Virtude, a Moral, o
Amor e a Revelação, se apresentam de modo estuante. Todo o Profetismo está ali de
corpo e alma, porque o Amor e a Revelação ali se mostram infusamente.

- 48 -

“E por estes dias vieram de Jerusalém a Antioquia uns profetas; e levantando-se
um deles, por nome Ágabo, dava a entender, por Espírito, que havia de haver uma
grande fome por todo o globo da Terra; esta veio em tempo de Cláudio...” - Atos, cap.
11.

Onde há Profeta ou Médium há espírito, anjo ou alma, porque o Profeta é o
instrumento do espírito comunicante, é o seu telefone.

No caso em curso, foi anunciada uma grande fome; e os Apóstolos e seus
acompanhantes fizeram caso e se livraram tomando providências. Quanto ao mais, no
Velho Testamento há uma sentença assim - “Porque o Senhor nada faz, sem avisar antes
pelos profetas seus servos.”

Mais uma vez deve-se dizer: a Verdade vem pelo Profetismo.

- 49 -

“Deve ser o seu anjo.” - Atos, cap. 12, verso 15.

Chamava-se anjo da pessoa ao espírito da pessoa; e assim disseram de Pedro,
quando foi tirado da prisão por um anjo ou espírito, indo bater na porta da casa onde
estavam alguns companheiros. Não falaram sua alma ou seu espírito, mas sim seu anjo,
porque tudo quer dizer a mesma coisa.

E como a Bíblia, de começo a fim é um repositório de comunicações de anjos,
concludente é que ela não passa de um Tratado de Espiritismo.

As blasfêmias contra a Revelação, derivam do analfabetismo espiritual daqueles
que no mundo se dizem cristãos, nada mais sendo que idólatras e sectários da ignorância
e do erro.

- 50 -

“E foram todos cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em várias línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” - Atos, cap. 2.

Antes de Jesus-Cristo a Revelação estava enclausurada nos Cenáculos Iniciáticos,
nas Escolas Esotéricas. O essenismo era a Escola de Profetas de Israel, a Ordem dos
Nazireus, a mais profunda em lastro histórico, pois derivava diretamente do Vedismo
Iniciático, onde a fôra buscar Henoch, o Patriarca antediluviano.

Por milhares de anos fora esperado Aquele que traria a Revelação a toda a carne,
como Graça e como Verdade, isto é, Graça que tem o condão de ser a portadora do
Conhecimento. Por isso repetimos - A Verdade vem pelo Profetismo.

É claro que Jesus não batizaria em espírito imundo, não é?

Entretanto, respondam: que fizeram os clericalismos do Batismo de Espírito Santo?

Onde meteram a Graça trazida por Jesus-Cristo?

Todavia, lembrem-se os Profetas ou Médiuns, que nem todo o espírito é Santo, de
Deus, Bom, Verdadeiro ou Superior. Há que saber fazer a distinção.

E todos nós sabemos, que pelo mundo medram mediunismos os mais degradantes;
isto é, que existem pessoas que se comprazem no intercâmbio com os seres mais
atrasados, mais ignorantes do mundo espiritual.

- 51 -

“Porque não lhe dá Deus o Espírito por medida.” - João, cap. 3.

No Velho Testamento estava dito, que Jesus viria com o Espírito Sem Medida. Que
teria todos os dons mediúnicos, como agora se diz. Quanto aos demais, como diz Paulo
no capítulo doze da Primeira Epístola aos Coríntios, há repartição de graças ou dons
espirituais. Logo, há que considerar as relatividades mediúnicas e as possibilidades dos
espíritos comunicantes.

- 52 -

“E todo aquele que vos matar, pensará estar prestando um bom serviço a Deus.”
- Evangelho.

Como disse Jesus, os Profetas foram quase todos trucidados pelo clérico-farisaísmo.

João e Ele também o foram. E o clérico-farisaísmo continua trucidando o Profetismo ou
Mediunismo. No Talmud, livro de leis dos Rabinos israelitas, está escrito que Jesus foi
crucificado por se entregar à magia e sortilégios. Os filhos da corrupção romana,
continuam pensando do mesmo modo e fazendo a mesma coisa. Entretanto, com maior
crime, porque para isso usam os nomes de Deus, da Verdade, do Cristo e dos vultos
cristãos.

- 53 -

“Agora vemos que estás cheio de Belzebu.” - Evangelho.

Se Jesus voltasse ao plano carnal e tornasse a fazer o que fez naqueles dias, indo
parar no meio das ruas e praças, a expelir maus espíritos, a obrar os mesmos fenômenos
mediúnicos ou proféticos, a manter colóquio com Moisés e Elias, a ter os anjos,
espíritos ou almas subindo e descendo sobre a Sua cabeça, que fariam com Ele os
clericalismos católico e protestante?

Fariam a mesma coisa ou pior? Ou, por outra, que vivem fazendo eles com o
Batismo da Revelação?

Observem que Kardec foi a reencarnação de Elias, o Restaurador predito no
Evangelho; e perguntem o que esses clericalismos pensam do Consolador que Elias
restaurou. Se não foi Jesus, foi o Seu Enviado, o que dá na mesma, não é isso?

- 54 -

“...Nem quem consulte adivinhos, ou observe sonhos e agouros, nem quem seja
feiticeiro, ou encantador, nem quem consulte aos pitões, ou adivinhos, nem quem
indague dos mortos a verdade.” - Deuteronômio, cap. 18.

“Ouvi as minhas palavras: Se entre vós se achar algum profeta do Senhor, eu lhe
aparecerei em visão, ou lhe falarei em sonhos.” - Números, cap. 12.

“Eu derramarei o meu espírito sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas
filhas profetizarão; os vossos velhos serão instruídos por sonhos, e os vossos
mancebos terão visões.” - Joel, cap. 2.

“E havida resposta em sonhos, que não tornassem a Herodes, voltaram por outro
caminho para sua terra.” - Mateus, cap. 2.

“Partidos que eles foram, eis que apareceu um anjo do Senhor em sonhos a
José...” - Mateus, cap. 2.

Sobre as contradições da Bíblia, se fossem contadas, e comentadas, dariam para
escrever um livro trinta vezes maior que a mesma Bíblia. Bem se vê que, não havendo
contradição em Deus, correm elas por conta dos clericalismos que foram tendo seus
interesses subalternos nas adulterações e interpolações.

Sobre anjos, espíritos e almas; sobre profetas, pitões e pitonisas; sobre sonhos,
visões e outras formas de manifestações do mundo espiritual; sobre tudo há verdadeiros
amontoados de contradições.

Aos conhecedores do assunto, basta dizer - a Bíblia foi composta em mais de mil e
quinhentos anos, tendo sido alterada segundo conveniências humanas. No tempo de
Saul foi queimada, quando foram mortos os profetas e as profetisas; e no tempo de Ezra
foi reposta, naquela parte, segundo lendas e diz-que-diz-que.

No que concerne a Jesus, Ele viveu a Lei e Batizou em Revelação, para não ter que
escrever, a fim de que menos pudessem adulterar as letras tempos depois. Os escritos
todos, sobre Jesus, somavam quase trezentos e eram extremamente contraditórios
quanto aos pormenores. Os fatos foram contados de mil e um modos.

Jerônimo, o compilador da Vulgata, reduziu a quatro Evangelhos dos últimos vinte
e sete livros por ele separados; e a Vulgata contém agora uns oito livros a menos, que o
catolicismo mandou tirar.

Para não encontrar tremendas contradições na Bíblia inteira, só mesmo fechando os
olhos para a razão e o bom senso, abrindo-os bem para a cegueira e o tacanhismo.

Quem, entretanto, quiser pensar no Saber e na Virtude, na Moral, no Amor e na
Revelação, por certo saberá como agir. O que é de Deus é Eterno, Perfeito e Imutável, e
não se escraviza a livros, templos, formalismos, simulações, liturgias, clericalismos e
idolatrias quaisquer.

Elias ou Kardec, ao fazer a Codificação, segundo os ditames dos espíritos, salientou
bem a importância da Lógica e do Bom Senso, para haver a melhor interpretação das
comunicações. Isto porque, saiba quem quiser saber, jamais cessará a Revelação.

O profetismo ou mediunismo, por mais que o desejem os blasfemos das coisas de
Deus, nunca deixará de existir. Quem quiser cultivá-lo à base dos três sentidos da Lei de
Deus, andará muito bem.

O Evangelho foi a vida de Jesus, toda ela como Lei Viva, toda ela Moral, Amor e
Revelação.

Quem quiser fazer reuniões cristãs, procure repetir o Pentecostes e o que se
encontra nos capítulos doze, treze e quatorze da Primeira Carta de Paulo aos Coríntios.

Porque esses capítulos ensinam tudo em matéria de Moral, de Amor e de Revelação. E
assim chegarão a outros profundos e necessários conhecimentos, visto como tudo irá
sendo ensinado aos poucos, conforme o permita a evolução humana.

Aqueles que se enclausuram nas letras, com mais ou menos fanatismo, estão
profundamente errados, porque Deus não é escravo de formas. Se Jesus voltasse de
novo, e dissesse muitas verdades a mais, muitas mais ficariam para serem ditas em
outros tempos, quando pudessem ser assimiladas.

- 55 -

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” - Evangelho.

“Eu, que estou no mundo, sou a luz do mundo.” - Evangelho.

“Eu sou o Princípio, o mesmo que vos falo.” - Evangelho.

“Eu e o Pai somos um.” - Evangelho.

“O Pai é maior do que eu.” - Evangelho.

“Porque ainda não fui a meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.” -
Evangelho.

“Por que me chamas tu bom? Bom só Deus o é.” - Evangelho.

“A minha doutrina não é minha, mas é Daquele que me enviou.” - Evangelho.

Muita gente já fez; muita gente vive fazendo; muita gente ainda fará mil e um saltos
e cabriolas mentais, para explicar estas afirmativas contraditórias. Todavia, para a
interpretação iniciática, não escrava de formas, de adulterações e de interpolações, um
espírito cristificado, unido vibratoriamente, conservando a individualidade é parte
integrante da Unidade Divina.

Um Cristo é um Uno, é um Divino Filtro do Sagrado Princípio. Selado como
Delegado, traz consigo poderes e direitos celestiais. A Palavra certa é Ungido, é
Emissário do Princípio. Elevado a tais alturas hierárquicas, e no desempenho da função
crística, fala em nome do Princípio, como Princípio e pelo Princípio.

Enquanto o Profetismo explica bem, o clericalismo faz cabriolas, para se manter
como fonte de erros e de comercialismos pagãos, acrescendo o crime de fazê-lo em
nome de Deus, da Verdade, do Cristo e dos vultos cristãos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário