"Trazer luz à obscuridade, transmutar ignorância em conhecimento, é colaborar com o processo de redenção do planeta."

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

continuação ... O ESPÍRITO DE DUAS OBRAS


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“Naquela hora exultou Jesus a impulsos do Espírito Santo...” - Lucas, cap. 10.

Espírito Santo ou de Verdade, tal é o nome global da Mensageiria Espiritual.

Também ao dom espiritual, ou mediúnico, chamaram alguns Apóstolos de Espírito
Santo.

Não afirmou Jesus, que veriam os anjos subindo e descendo sobre a Sua cabeça?

Não foi ao Tabor, manter contato com Moisés e Elias?

Não afirmou, várias vezes, que expelia os maus espíritos à custa do Espírito Santo,
ou santos espíritos?

Por que, pois, devia ficar à margem da Mensageiria Espiritual, Ele que foi o único
portador da mediunidade sem medida, de toda a História das Revelações?

- 101 -

A PALAVRA DO MESTRE

Vai, disse o Mestre, ao Anjo da Mensageiria,
Dizer aos homens, filhos de Deus, lá na Terra,
Que a Dor não foi bem interpretada, como eu queria,
E que a interpretação dos homens, por isso mesmo aberra.
Dize a eles, que a Dor não é lição bem feita,
Nem mal feita sequer, mas apenas a mera advertência,
A disciplinação, a punição, da Justiça que a eles espreita,
Para que, do Amor e da Ciência, tenham e vivam a boa consciência.
Dize que o Reino de Deus, que é deveras interior,
Deve ser descoberto e exposto, pelos trabalhos de Amor,
De verdadeira Sabedoria, participando assim do Divino Criador;
E que o dolorismo que medra pelo mundo, o infeliz,
É coisa inventada pelo homem, por ele que assim o quis,
Porque na Harmonia está a Felicidade, proclama o Divino Juiz.

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A CONSOLIDAÇÃO

Sobre a França do século quatorze, Jesus ordenara,
Que se restaurasse a Excelsa Doutrina, que deixara,
A Verdade que era e é, com nada de inventos já Seus,
Assim como será, eternamente, a Doutrina de Deus!
Vindo João Huss, o berço da restauração, o começo,
Morreu numa fogueira, porque o mundo foi-lhe o tropeço,
Mas deixou a chama do ideal renovador, e vindo o Lutero,
Conseguiu a liberdade de culto, espalhando o Livro Severo.
Logo mais veio Giordano Bruno, inteligência brilhante,
Que enfrentou a Besta, e pelo seu trabalho tão fulgurante,
Morreu queimado, preparando a Kardec o terreno da Codificação,
Dela que foi o berço, para que no Brasil se fizesse a Consolidação.

- 103 -

“O corpo astral, ainda que mais sutil e mais perfeito que o terrestre, não é
imortal como a mônada que contém; transforma-se, varia, conforme os meios que
atravessa. O espírito modela-o, modifica-o perpetuamente, à sua imagem e
semelhança, não o abandonando, porém, nunca, e se, pouco a pouco, o vai despindo,
é porque pouco a pouco se vai vestindo de novas substâncias, mais etéreas” - G. I.

Sejam quais forem as concordâncias ou discordâncias, dos antigos conceitos sobre
o perispírito, a realidade é que ele acompanha a centelha ou mônada espiritual, sempre e
sempre, até se tornar Luz Divina, que é o Segundo Estado de Deus.

Quem puder observar perfeitamente o perispírito de um homem, encarnado ou
desencarnado, terá do homem o justo retrato, a justa medida; porque nele tudo se
encontra registrado, seja o favorável, seja o desfavorável. As experiências
psicométricas, feitas no plano carnal ou no espiritual, provam isso totalmente.

Quem, como encarnado, sabe procurar o melhor para o seu corpo físico, também
deve procurar o melhor para o seu perispírito, ele que será sempre o seu verdadeiro
corpo, até mesmo quando tenha atingido aquele grau supremo. Seria importante
perguntar, todos os dias - “Como estará o meu corpo astral?”

Porque ele transcende ao nascer e morrer, estando ligado ao espírito de modo
fundamental, sendo sempre o seu reflexo, a sua exposição. Quem nasce o traz com o seu
lastro e quem morre o transporta com o que mais tenha feito, de bom ou de ruim.

- 104 -

“Se pois o teu corpo for todo lúcido, sem ter parte alguma tenebrosa, todo ele
será luminoso, e iluminar-se-á, como uma luzerna de brilhante luz” - Lucas, cap. 11.

Jesus figurou o olho interno como sendo a luz do espírito. Este olho, nas iniciações
antigas, era feito de Sabedoria e de Virtude, ao que conduzia a Doutrina, a Iniciação.

Realmente, quem conhece e age bem, nunca será portador de trevas. Cumpre ter muito
cuidado com as compras de simulacros religiosos, pois ninguém iludirá a Lei de Deus e
Sua Justiça, com os engodos inventados por homens e postos em comércio.

- 105 -

AMOR E NÃO DOR!

Prendei-vos ao Amor, tende paixão à Fraternidade,
Estendei a vossa dádiva, amparai ao pobre irmão;
Enxugai o amargo pranto, secai-o com a Bondade,
Para viverdes em Graça, e nela terdes libertação!
Caridade quero, diz a Escritura, e não sacrifício,
E Jesus confirmou, pedindo Amor, Saber e Ideal;
Porque a Dor é filha do erro e do vosso malefício,
Enquanto a Piedade vence, quebranta o grande mal!
Pensai a ferida, vesti o nu, amparai ao aleijão,
Que a Bondade encerra a Graça na sua estrutura;
Abraçai o órfão, dai-lhe carinho e celeste pão,
E de Deus tereis a Luz, a Paz e muita ventura!
Procurai saber, pensar e agir, no seio da Bondade,
Porque o Amor é a lei, que supera o formalismo;
E aquele que ao Bem se entrega, é feliz de Verdade,
Porque a Verdade liberta, como diz o Espiritismo!
Não causeis a Dor, sob qualquer, pretexto, ó irmãos,
Procurando antes, pelo Amor, estender a Felicidade;
Deixai também, de adular a Dor, que os sonhos vãos,
São os que prendem o Homem, nas garras da inatividade!
Eis a Moral, o Amor, a Revelação, o Saber e a Virtude,
As cinco armas de Deus, com as quais deveis combater;
Com elas entrareis na luta, e vencereis com amplitude,
Transformando o mundo, na batalha de ao Mal remover!
Abandonai as ladainhas doloristas, entregai-vos ao Bem,
Que Deus, para sofrer, a Seus filhos nunca os faria!...
A Dor é disciplinação, mas não edifica jamais alguém,
Porque a edificação, vem do Amor e da pura Sabedoria!
Abandonai aos falhos conceitos, vinde viver a Nobreza,
Que nos mundos felizes, ninguém louva aos sofrimentos;
E se a Dor vos atacar, combatei-a com muita justeza,
Pensando no Amor que deveis, como dizem os Testamentos!
Observai o Consolador, o fiel Instrumento de Ilustração,
Que o Cristo vos legou, pagando o preço daquela cruz...
Batalhai com as armas do Senhor, fazei a justa renovação,
Construí um mundo novo, sede na Terra os filhos da Luz!

- 106 -

“Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis aqui estou eu, que acrescentarei
sobre os teus dias quinze anos...” - Isaías, cap. 38.

As leis, em que se desdobram, a Grande Lei, são justas sem serem implacáveis.

Quem sabe, pensa e age conforme a Ordem Divina, obtém por isso o concurso de
recursos provindos do Soberano Poder de Deus.

Muita gente há, que fala em derrogação da Lei, confundindo a Lei do Decálogo, os
Dez Mandamentos, com as leis regentes dos fenômenos anímicos e cósmicos. O que
cumpre saber é o seguinte - os Dez Mandamentos não mudam em sua essência,
enquanto as leis regentes de fenômenos, cósmicos ou anímicos, podem variar na
aplicação, consoante a conduta dos indivíduos ou das coletividades. Porque as leis de
menor expressão cedem às de maior. Por isso mesmo, como a Moral e o Amor são leis
superiores, aquele que mais envergadura tiver nesses fatores, obterá do mundo espiritual
os recursos e sujeitará as leis menores do mundo físico.

- 107 -

“Todos os artífices de ídolos são nada, e as suas imagens tão prezadas não lhes
aproveitarão; eles mesmos são testemunhas para sua confusão, de que os seus ídolos
não vêem, nem entendem” - Isaías, cap. 44.

Não é preciso repetir o que diz a Lei de Deus sobre os crimes da idolatria. Para
maior comprovança da assertiva da Lei, lembremos que Jesus veio ao mundo para
derramar do Espírito sobre a carne, como está escrito nesse mesmo capítulo, para
aumentar a Revelação e ir desaparecendo a idolatria.

Quanto à Lei de Deus, ela dá testemunho da Revelação, pois Moisés a recebeu de
anjos ou espíritos, posto que Deus, o Ser Infinito, não Se individualiza para falar
pessoalmente a ninguém. Jesus, o Emissário Máximo, falou com os anjos ou espíritos,
não com Deus. Foi ao Tabor falar com Moisés e Elias, não com Deus. Na hora da
crucificação teve o amparo de um anjo ou espírito, não de Deus diretamente.

O manobrismo clerical, por isso mesmo, para Jesus não parecer menos do que
Moisés e muitos outros, fez com que Jesus fosse o próprio Deus. Entretanto, para quem
quiser pingar os is, tudo é muito simples. Para ser simples, basta respeitar a Revelação,
a comunicabilidade dos espíritos, anjos ou almas.

- 108 -

SUPREMA TRAIÇÃO

Por trinta e seis séculos Jesus foi anunciado,
A vir, das gentes, constituir o Supremo Delegado;
Tendo o Espírito Sem Medida, Fermento de Glória,
A expor a Graça de Deus, ao conquistar a Vitória.
Como Divino Molde, foi dezenas de vezes cantado,
E o Derrame de Espírito, dezenove vezes somado;
Esta conta, irmãos, é parte do Velho Testamento,
Representando a missão do Cristo, no Seu advento.
Em João, capítulo dezesseis, tratou do Consolador,
Como anunciante de fato, mediúnico e são Informador;
Nada de clerezias, ídolos, vestes fingidas e aparatos,
Aparatos mundanos ou discursos falazes e sem fatos.
Nos Atos, um, dois, sete, dez e dezenove, a Verdade,
A grandeza da missão do Cristo, em tom de Liberdade;
Os espíritos comunicando, os Apóstolos em alegria;
A Revelação em pleno curso, o Consolador já esfuzia!
Depois, infelizmente, as trevas descem e cobrem tudo,
Porque Roma persegue a Revelação, o Consolador é mudo!
São mortos os profetas, a Legião da Verdade é batida,
O preço da cruz é atraiçoado, Roma se diz garantida.
Idolatrias, inquisições e trevas invadem a Humanidade!
A missão do Cristo cessa, já não caminha a sã Verdade!
Os séculos aguardam outros dias, quando Elias tornará,
Para se chamar Kardec, na Codificação que promulgará.

- 109 -

“Porque eles cada dia me buscam, e querem saber os meus caminhos, como se
fora gente que tivesse praticado a justiça, e não houvesse abandonado a Lei do seu
Deus; eles me fazem suas perguntas sobre os juízos da minha justiça; querem chegarse
a Deus” - Isaías, cap. 58.

Sem dúvida que o bom filho medita sobre a Moral, o Amor, a Revelação, o Saber e
a Virtude, e procurando por em prática o que elas significam, chega a obter o que
deseja, porque chega a obter merecimento. O capítulo é grandioso, é de fato estuante de
sabedoria, porque lembra aos cultivadores da Revelação, que se afastem de formalismos
idólatras, de fingimentos e de exteriorismos pagãos, disso que enche o mundo e põe a
perder muita gente. Quem quiser saber bastante, ou mesmo tudo, sobre o jejum que
Deus aceita, o jejum que é celestial, que leia o capítulo todo.

- 110 -

“O que imola um boi é como o que mata um homem; o que sacrifica uma rês é
como o que deita os miolos fora a um cão; o que oferece oblação é como o que
oferece sangue de porco; o que se lembra de queimar incenso é como o que bendiz a
um ídolo. Todas estas coisas gostaram eles de fazer, andando nos seus caminhos, e a
sua alma se deleitou nas suas abominações” - Isaías, cap. 66.

Em Jesus-Cristo subsistem duas verdades inconfundíveis - uma é lembrar para
sempre que Deus é Espírito e Verdade, querendo que Seus filhos assim venham a ser; a
outra é fazer saber que veio ao mundo para batizar em Revelação, para dar cabo da
idolatria, para findar com tudo quanto é fingimento e paganismo.

- 111 -

“O profeta que tem um sonho, conte o seu sonho; e o que tem a minha palavra,
anuncie a minha palavra verdadeiramente; que comparação há entre a palha e o
trigo?” - Jeremias, cap. 23.

O Profeta é um médium, um intermediário, seja lá qual for o seu dom espiritual; e a
sua conduta deverá ser, pelo menos, a mais perfeita. Como fora da Virtude não pode
haver grandeza real, se o médium ou Profeta não puder ser portador de sabedoria do
mundo, seja pelo menos puro na interpretação da Lei de Deus, para que os anjos ou
espíritos que por ele tenham de ensinar, sejam aqueles que de fato possam fazê-lo.

Caso contrário, será intermediário de anjos, espíritos ou almas de menos elevação,
vindo a dizer coisas que contrariam a Lei de Deus. Convém lembrar que Jesus, o único
portador do Espírito Sem Medida que a Terra já conheceu, começou dizendo que não
vinha derrogar a Lei de Deus e sim dar-lhe cumprimento.

Os Dez Mandamentos representam a Lei em teoria; Jesus-Cristo representa a Lei
em prática! Quem for médium ou Profeta, que se faça conforme a modelagem de Jesus,
o Cristo.

Nenhum médium ou Profeta, perderá coisa alguma em ler freqüentemente o
capítulo vinte e três de Jeremias; pelo contrário, muito ganhará!

- 112 -

“Ao rei porém de Judá, que vos enviou a consultar o Senhor, assim
respondereis:” - II de Reis, cap. 22.

Não importa aqui o rei de Judá, nem o que respondeu o Senhor pela profetisa
Hulda; o que importa é salientar o profetismo, o mediunismo, o revelacionismo. Profeta
não é um parlapatão, não é um fazedor de discursozinhos estéreis, e muitas vezes apenas
blasfemo do Batismo de Revelação ou de Espírito, como querem hoje em dia os
clericalistas em geral. Profeta é médium, aquele por cujos dons espirituais os anjos,
espíritos ou almas falam aos encarnados. Por eles era o Senhor consultado, porque eles
tinham visões ou recebiam mensagens dos espíritos, por outras faculdades ou dons, e
disso a Escritura está cheia de provas.

- 113 -

“As moscas que morrem no bálsamo fazem-lhe perder a suavidade do cheiro.

Uma parvoíce, ainda que pequena e de pouca dura, dá ocasião a não se fazer caso da
sabedoria nem da glória” - Eclesiastes, cap. 10.

Em matéria doutrinária, onde quer que haja oposição à Moral, ao Amor, à
Revelação, ao Saber e à Virtude, por certo estará havendo mosca no perfume. Quanto a
parvoíces, é apenas repetição, porque a alegoria da mosca é completa, não deixa
dúvidas. Apenas, se todos os Profetas antigos se levantassem de um jato, certamente
clamariam contra o que ocorre nisso que dizem ser Cristianismo, porque de tudo pode
haver nas religiões, menos, porém, o devido respeito ao sentido, à inteligência daquelas
cinco palavras. Mais querendo ensinar a Deus, do que aprender com Deus, os donos de
clerezias e seus seguidores fanáticos, teimam em pensar que estão certos. Confiam em
seus preceitos, em seus engodos, e negam a Lei de Deus.

- 114 -

“E o pó se torne na sua terra de onde era, e o espírito volte para Deus que o deu”
- Eclesiastes, cap. 12.

Como ninguém vive eternamente sobre a Terra, mas terá que deixá-la, o corpo, que
chamavam pó, a ela retornará, sendo que o espírito irá receber segundo as obras que
tenha praticado. O Consolador deixado por Jesus, de quem o Espiritismo é a reposição
no lugar, informa tudo muito bem a tais respeitos. Salientamos, entretanto, que o
Eclesiastes sabia bem de onde vinha e para onde voltará; a lei da reencarnação sempre
fora um ponto fundamental da Sabedoria Antiga, do Profetismo em geral.

- 115 -

“Os teus mortos viverão, os meus, a quem tiraram a vida, ressuscitarão; despertai
e cantai louvores, vós os que habitais no pó...” - Isaías, cap. 26.

Que ninguém morre para Deus, Jesus o disse e muito bem, embora não Lhe dessem
crédito os Seus algozes. Ele mesmo teve os anjos, espíritos ou almas, subindo e
descendo sobre a Sua cabeça. Esteve no Tabor, falando com Moisés e Elias, e estes não
estavam mortos. Quanto ao termo anjo, cumpre lembrar Davi, que algumas vezes diz
que as pragas do Egito, obrou-as Deus, através dos anjos ruins. Anjo é apenas espírito,
na linguagem bíblica, não significando outro valor; tanto quer dizer bom como ruim. O
conceito moderno é apenas moderno, ao querer que anjo seja sinônimo de hierarquia
espiritual.

- 116 -

“A Graça de nosso Senhor Jesus Cristo, e a caridade de Deus, e a comunicação
do Espírito Santo, seja com todos vós” - II Ep. Coríntios, cap. 13.

E havia mesmo a comunicação do Espírito, depois do Pentecostes, e era isso a
Graça trazida por Jesus para toda a carne. Quem ler os capítulos doze e quatorze, da
Primeira Epístola aos Coríntios, saberá como os Apóstolos faziam as suas sessões
espíritas.

Até o quarto século foi assim o Caminho do Senhor, pois ninguém sabia de
Cristianismo algum. Foi Roma que, atraiçoando o Batismo de Revelação, forjou a sua
clerezia e esse nome. Tomou o nome de Deus, da Verdade e do Cristo, e também dos
vultos do Caminho do Senhor, e colocou-os no frontispício da corrupção.

Em matéria de Batismo de Espírito, de quem o Espiritismo é a Restauração, tudo
será questão de retornar aos ditos modos apostolares de culto; porque havendo o cultivo
do Profetismo, o mais tudo redundará nos informes que se encontram na Codificação,
que é o A B C da reposição das coisas no lugar.

Convém lembrar aqui Wicliff, Huss, Lutero, Giordano Bruno e outros, eles mesmos
que vieram no século dezenove, para fazer a Codificação e seus desdobramentos.

Aquilo que chamam de Reforma, e que não tem o renovo do Pentecostes, por certo não
é ainda a Reforma; porque a Reforma completa é aquela que conta com a Restauração
do Batismo de Espírito, com a volta ao Profetismo.

Depois de tudo feito, assim falamos, para que ouçam aqueles que desejem de fato
ouvir. Porque a Restauração agora está feita, e ninguém mais a deterá, porque os
homens não poderão deter as comunicações dos anjos ou espíritos. A Restauração está
figurada no Apocalipse, é o Cavalo Branco, cujo cavaleiro saiu vitorioso para vencer. Se
lhe não quiserem aceitar, sairão os Cavalos Vermelho, Preto e Amarelo, que farão
terríveis estragos, como jamais a Terra de tempo algum os viu, nem mais os verá.

- 117 -

“Chegai-vos para Deus, e Ele se chegará para vós” - Tiago, cap. 4.

Um documento há, dialético em si mesmo, que se constitui o Caminho que a Deus
conduz - é a Lei de Deus! Por isso mesmo que Jesus, ao iniciar a Sua missão, salientou
que vinha para executar e não para derrogar a Lei de Deus. Ela é teórica em Moisés e é
prática em Jesus-Cristo!

Seus três sentidos são a Moral, o Amor e a Revelação. Pela Moral, reclama
Equilíbrio; pelo Amor, concita à Renúncia de cada um a bem do seu irmão; e pela
Revelação, fornece advertências, ilustrações e consolações. Jesus foi o mais equilibrado,
o mais amoroso e o mais assistido pelas legiões espirituais. Entre Ele e o plano
espiritual não havia distância, porque tinha os céus abertos diante de Si. E assim como
foi o Divino Molde, apresentado pelo Senhor Único, que é Deus, é assim mesmo que os
seguidores do Caminho devem procurar ser.

Quem é sem Lei, é sem Cristo, e não se achega a Deus. A Verdade é uma cruz,
sendo que cada um deve levar a sua, segundo o Divino Exemplificador; é livre, porém,
para fazê-lo, pelo que receberá, sejam luzes ou trevas. Convém ler com atenção o
capítulo final do Apocalipse, porque o seu Espírito Relator, Emissário do Cristo, bem
sabia que ele ficaria, até um dia ser feita a Restauração, ela que deveria, então, dar os
ensinos minuciosos da Verdade.

Como a Restauração está feita, o Consolador sendo o Programa do Senhor, é bom
ler os documentos finais da Escritura, para saber que o Espiritismo é a resultante do
trabalho dos mesmos Profetas. Porque retornaram à carne os mesmos, para, sob a égide
do Senhor, levarem a termo a reentrega do Batismo de Revelação, que fora em Roma
eliminado, do quarto século em diante.

Convém ler bem o capítulo sete, dos Atos, para aprender a não resistir ao Espírito
Santo ou de Deus; porque aquele que nega a Mensageiria Divina, certamente nega a
Deus e a Jesus. Pelos anjos ou espíritos é que Deus sempre advertiu e instruiu a Seus
filhos, quando a Revelação era de portas fechadas ou esotérica; e se Jesus pagou com a
vida o fato de trazer a Graça da Revelação para toda a carne, certamente não é do Cristo
aquele que blasfema contra a mesma Graça.

- 118 -

“Confessai pois os vossos pecados uns aos outros...” - Tiago, cap. 5.

A exclamação de João Batista era a mesma dos Nazireus - “Que os vossos atos,
confessados em público, vos não envergonhem! Fazei obras que possam ser confessadas
em público!”

Roma eliminou o Batismo de Revelação, a Graça trazida por Jesus para toda a
carne, e inventou essa imundície que é a confissão auricular, que tantos serviços já
prestou à imoralidade e aos sangüinários manejos da politicalha.

- 119 -

“Espírito surdo e mudo, eu te mando, sai desse moço, e não tornes a entrar nele”
- Marcos, cap. 9.

Jesus passou pelo mundo a expelir maus espíritos e a confabular com os bons ou
santos espíritos; é ridículo que os clericalistas, por causa de seus interesses mundanos,
queiram negar tais fatos.

O que é bom pensar, também, é que havendo contato entre as gentes encarnadas e
os espíritos, anjos ou almas, dos melhores aos piores, tudo isso vem provar a falência
dos territórios chamados Céu, Inferno e Purgatório. Vejamos bem que Gabriel falou a
Zacarias e à Maria; notemos que Jesus, no Tabor, fez Pedro, Tiago e João, verem
Moisés e Elias; consideremos que Jesus prometeu fazer ver os anjos ou espíritos,
subindo e descendo sobre a Sua cabeça; e, por fim, que o Seu Batismo seria de Espírito.

Portanto, da mesma maneira que é blasfêmia falar contra a Revelação, também o é
sustentar a tese de Céu, Inferno e Purgatório, como sendo lugares feitos por Deus,
propositalmente, para lá atirar Seus filhos. As condições e situações são de consciência,
de intimidade, e os lugares trevosos o são, em vista de se juntarem ali os indivíduos
trevosos. Onde quer que se agrupem indivíduos iluminados ou trevosos, os ambientes se
tornarão, por sua vez, gloriosos ou infernais.

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