"Trazer luz à obscuridade, transmutar ignorância em conhecimento, é colaborar com o processo de redenção do planeta."

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

continuação ... O ESPÍRITO DE DUAS OBRAS


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“Adão e Eva” - Bíblia.

Primeiro Eva, a Primeira Raça Primitiva. Depois Adão, a Falange Advinda.

Desde a Primeira Raça Primitiva, ou Mãe das Raças, que viveu em muitas partes da
Terra ao mesmo tempo, até o Advento de Adão, várias outras Raças perambularam pela
Terra. Como o Gênese foi escrito em três sentidos, Literal, Simbólico e Iniciático; e,
acima de tudo, como foi queimado e refeito através de lendas e ditos do povo, tudo
ficou alterado, embrulhado, contraditório.

Por dois motivos convém abandonar discussões:

1 - O primeiro é que ninguém jamais poderia provar coisa alguma de prático,
ficando tudo em plena discussão, do começo ao fim das discussões;

2 - O segundo é que a Humanidade continua, tendo cada elemento em si a
obrigação de se tornar Puro e Sábio. Porquanto, na Terra ou no Cosmos, com
Evas ou sem Evas, com Adãos ou sem Adãos, a questão fundamental reside no
despertar do Reino de Deus, na autocristificação.

- 192 -

“Quando eu era menino, pensava como menino; mas agora que sou adulto...” -
Paulo.

Vão bem tais palavras de Paulo, porquanto a Terra é o mundo onde mais gente olha
para trás do que para a frente. E por pouco que não se põem, aqui, os meninos
analfabetos nas Cátedras e os encanecidos professores nos bancos do Jardim da
Infância. As religiões não têm Moral, não têm Amor e blasfemam contra a Revelação!

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“Hermes fez-te conhecer o céu invisível, a Luz de Osíris, o Deus Oculto do
Universo, que respira por milhões de almas e anima os globos errantes e os corpos em
trabalho.” - G. I.

O Cosmos sempre foi a Casa Infinita onde os espíritos sempre tiveram que se
realizar em Pureza e Sabedoria. A Unidade do Todo sempre foi ensinada pela Doutrina
Iniciática. Basta procurar conhecer, para chegar a saber perfeitamente.

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“Doravante compete a ti o dirigires-te, e o escolher o caminho para ascender ao
Espírito Puro, porque tu pertences, desde agora, aos ressuscitados vivos.” - G. I.

Qualquer pessoa de mediana cultura pode encontrar no texto acima a seiva da
iniciação perfeita. Conhecer a Essência Divina, trabalhar pelo desenvolvimento das
virtudes intrínsecas e atingir a paridade vibratória com a mesma Divina Origem.

Observem o esplendor da frase – “...porque tu pertences, desde agora, aos
ressuscitados vivos.” Cursar a iniciação era como que ressuscitar em vida.

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“Os homens são deuses mortais e os deuses são homens imortais.” - G. I.

Para o vulgo, na antigüidade, deuses eram todos os espíritos; mas para os iniciados,
os conhecedores da Ciência dos Mistérios, somente os santos espíritos eram chamados
deuses. Jesus, a Primícia dos Essênios ou Seita dos Nazireus, falando a respeito dos
espíritos libertos, disse que - “serão como anjos no céu.”

Realmente, se Deus tivesse feito deuses especiais, seria Ele menos respeitável do
que os homens honestos. Para um Deus Vivo e Integral em Lei e Justiça, há apenas uma
mesma determinação para todos os filhos.

- 196 -

“É necessário medir a verdade segundo as inteligências, velá-la aos fracos que
ela tornaria loucos, ocultá-la aos maus que dela não poderiam aprender senão
fragmentos, dos quais se serviriam como armas de destruição. Encerra-a no teu
coração e que ela fale por tua obra. O conhecimento será a tua força, a lei a tua
espada e o silêncio a tua armadura invencível.” - G. I.

Aí está o que era encoberto, oculto, esotérico; aí está o que o Cristo transformou em
universal ou de portas abertas, pagando com a vida Seu glorioso trabalho - derramar do
espírito sobre a carne, Batizar em Revelação, passar às mãos do povo em geral, através
de Israel, o direito de conhecer e cultivar a Doutrina que se fundamenta na Moral, no
Amor e na Revelação.

Dado como era o mundo, ignaro da parte do povo e dominado pelos cleros
formalistas, simuladores e comercialistas, os Cenáculos Esotéricos impunham uma tal
conduta, rigorosamente. Um dia, porém, alguém teria de arcar com o tremendo
sacrifício. Foi Jesus, o Diretor Planetário, que para isso encarnou. O grandioso
Pentecostes, a eclosão mediúnica de que trata o capítulo dois do Livro dos Atos, prova a
Doutrina da Revelação que Ele deixou, com o nome de Consolador.

- 197 -

“Atingi o país da Verdade e da Justiça. Ressuscito como um deus vivo e brilho no
coro dos deuses que habitam o céu, porque sou da sua raça.” - G. I.

Eis o frenesi do iniciado, daquele que transpunha os umbrais da iniciação, ao
festejar em si o que aprendera e ao sentir-se ligado às Verdades Eternas, Perfeitas e
Imutáveis.

Lembremos que chamavam deuses aos espíritos, na antiguidade, para não pensar
que o Ser Infinito viesse a falar como indivíduo com alguém. No Velho Testamento,
onde lerem que Deus falou, convém mudar para algum espírito, anjo ou alma que tenha
falado. Ademais, as contradições são tantas e tão profundas, de espírito para espírito,
que só isso prova a comunicação de muitos deles no curso de muitos séculos. E através
de muitos Médiuns ou Profetas.

Perguntareis a vós próprios, lendo o texto acima, de profundo sentido iniciático, em
que aquilo se poderia parecer com os engodos que o comercialismo clerical inventou e
vive a vender aos incautos.

E para resumir a importância da iniciação, saibamos que era de todo mediúnica e
importava, dali em diante, na atividade harmoniosa da criatura para com as leis regentes
do Todo: Conhecimento, Vontade e Ação. Fora disso não haverá o Cristo Interno
desabrochado.

O Espiritismo, como Súmula das Revelações, por ser a Restauração do Caminho do
Senhor, ou do Consolador que fora corrompido em Roma, tudo facilita para os
aprendizados. Porque atrás de Kardec estiveram, com os seus nomes modernos, os
mesmos Grandes Iniciados, Patriarcas e Profetas de todos os tempos.

- 198 -

“Sem dúvida que eles não faziam, como os teólogos primitivos, nascer o mundo
dum ato instantâneo, dum capricho da Divindade, mas, ao contrário, era sabiamente,
gradualmente, por via de emanação e de evolução, que tiraram o visível do invisível, o
universo das profundezas insondáveis de Deus.” - G. I.

Só poderemos falar em Criação, se tomarmos como tal o ato de Deus ao Manifestar
em Si próprio e de Si próprio. Aqui já estamos no Capítulo de Moisés, da Obra de
Edouard Schuré; mas em Hermes já vimos que os conceitos eram de Manifestação e não
propriamente de Criação. Os grifos do texto são do compilador.

Segundo as tradições, os Hermes foram quatro. Muitos milênios antes deles, o
Védico-Budismo ensinava o mesmo, e hoje em dia, com a desintegração da Matéria,
qualquer menino de grupo pode saber que a Matéria é Energia concentrada e que
Energia concentrada logo mais será a Essência Divina assim disposta. E teremos o UM
sendo tudo, o Insondável Imanifesto e o Sondável Manifesto.

Deus em si mesmo tudo engendra, sustenta e determina. Não façamos tanto caso da
Matéria, que por si mesma está obrigada a seguir suas leis intrínsecas, mas façamos
muito caso dos espíritos, que devem a si mesmos o dever de se cristificarem.

Quanto ao mais, o ato de Manifestação não é tão insondável assim. Sabemos de
quem viu serem emanados do Supremo Espírito, do Ser Total, a Matéria ainda em
estado de profundíssima Energia e o Espírito como infinitesimais pontículos de Luz, de
Inteligências Adormecidas. Viu os mundos e os seres em manifestação, em
movimentação e em glorioso crescimento. De baixo para cima e de cima para baixo, viu
a Escalada Biológica, as almas fazendo o curso crístico e multidões de almas
divinizadas, já cristificadas, constituindo os Respiros da Divindade, como dizem os
documentos do vedismo iniciático e alguns outros menos remotos.

- 199 -

“Mas, enquanto os teólogos tiverem de Deus uma idéia infantil, e que os homens
de ciência o ignorem, ou pura e simplesmente o neguem, a unidade moral, social e
religiosa do nosso planeta não passará duma aspiração piedosa, ou dum postulado da
religião e da ciência, impotentes para a realizar.” - G. I.

O Profetismo Histórico, surgido normalmente do Profetismo Prático, do cultivo da
Revelação, nunca andou conforme o teologismo clerical, por ser este mera capa dos
engodos comercialistas e políticos do clericalismo em geral.

Duas premissas provam uma mesma verdade realmente considerável: Que o
Profetismo sempre afirmou um Deus Essência, Informe, cujas manifestações sempre
foram através de anjos, espíritos ou almas, havendo os clericalismos dado a morte a
todos, tendo ainda crucificado o Cristo; que com o advento da Restauração do Caminho
do Senhor, com o nome de Espiritismo, encontrou este nos cientistas a maior força de
contribuição que se poderia supor.

Portanto, sendo a Revelação experimentável e tendo os cientistas dado a sua
contribuição, como a está dando com inteireza de propósitos, resta apenas o teologismo
clerical como o perfeito adversário da Verdade, do Bem e da Harmonia.

- 200 -

“Enfim, o Cristianismo, isto é, a religião do Cristo, não surge em toda a sua
potência e universalidade, senão quando nos revela a sua reserva esotérica.” - G. I.

O Cristianismo é a Seita dos Nazireus elevada ao grau de generalidade.

Esta Seita dos Nazireus resumia o Profetismo, a Iniciação, tendo suas raízes no
vedismo, onde as fora buscar Henoch, o Patriarca de antes do dilúvio.

Jesus nunca teve religião e sim Conhecimento e culto da Verdade.

Nunca chamou Sua a Doutrina e sim afirmou sempre que era do Pai.
A Doutrina Esotérica firmava-se na Moral, no Amor, na Revelação, no Saber e na
Virtude, sendo exato que isso tudo não pode ser de fabricação humana.

Até trezentos e vinte e cinco de nossa Era, nada se chamou Cristianismo, e sim
Caminho do Senhor.

Moral, Amor e Revelação, Saber e Virtude, são fatores de tal modo transcendentes,
que julgá-los do ponto de vista terrícola, apenas, é cometer crime de lesa-cosmicidade.

Mais ainda, de lesa-Divindade.

- 201 -

“Porém o monoteísmo esotérico do Egito não saíra nunca para fora dos
santuários, e a ciência sagrada dos egípcios constituíra sempre o privilégio duma
reduzida minoria.” - G. I.

“Dois povos de um gênio oposto vieram aos seus santuários acender os seus
fachos, fachos de raios diversos, com os quais um ilumina as profundezas dos céus, o
outro esclarece e transfigura a Terra. Esses povos são Israel e a Grécia.” - G. I.

Em tudo isso há muito que discernir e, discernindo, conceituar, porque os mais
remotos conceitos sempre foram estabelecidos por efeito do Profetismo Prático, da
Revelação, da comunicabilidade dos anjos, espíritos ou almas.

Como depois do desaparecimento da Atlântida, o Mundo Antigo ficou reduzido, na
parte conhecida, aos países do Oriente Médio, ali fazem questão os historiadores, de
fundamentar os alicerces do Conhecimento Esotérico.

E o Egito passa como sendo o país tradicional do Esoterismo.

Entretanto, para além dos Hermes e dos Zoroastros, mesmo de Apolo e do
conseqüente Orfeu, os povos Hicsos, a Raiz de Israel, já eram povos que apresentavam
criaturas dotadas de faculdades proféticas ou medianímicas. E isto é muito fácil de ser
constatado, pelo menos documentariamente, porque o Patriarcado Hebreu começou com
as ordens dadas pelos anjos, espíritos ou almas.

E quando falamos em Patriarcado Hebreu, não estamos falando em Abrão, Isac e
Jacó, mas naqueles que se estenderam muito para além do dilúvio, como a História
Bíblica e outros documentos arqueológicos o demonstram.

Enfim, a Ciência Esotérica começou com o aparecimento dos primeiros enviados e
com a comunicação dos primeiros anjos, espíritos ou almas. Qualquer pessoa poderá
fazer idéia de quando tenham aparecido os primeiros enviados, considerando que a
Falange Adâmica veio para a Terra a uns quatrocentos e oitenta mil anos antes de
Cristo. Ali foi que os Filhos de Eva, da Raça Primitiva, começaram apresentando
caracteres marcados por um certo cunho de melhoria em geral, tendo dentre eles nascido
os primeiros servidores mediúnicos de mais importância.

De mais importância, porque de menos importância já os havia na Raça Mãe ou
Mãe das Raças, que assim Eva quer dizer. A comunicabilidade dos espíritos é o que há
de mais elementar, e, saiba quem quiser, se os animais inferiores tivessem como provar,
eles provariam a vidência dos espíritos similares e outros.

É inteiramente problemático dizer tal coisa do Egito ou de sua Ciência Secreta; mas
é verdade ordinária dizer que a Ciência Secreta egípcia teve uma origem, e que nessa
origem nunca foi menos do que Profética ou Mediúnica.

A prova disso reside aqui, estando ao dispor do estudo de quem bem queira estudar
- todas as Iniciações Esotéricas foram de cunho mediúnico, tiveram base no contato com
o mundo astral. E como o mundo astral não se rege pelos conchavismos humanos, eis a
razão de serem certas verdades gloriosas escondidas aos que se acreditam grandes, para
serem reveladas aos pequeninos, como afirmou o Cristo.

Cumpre aqui, pelas mesmas razões histórico-proféticas, assinalar o Espiritismo
como Súmula das Revelações, tendo suas raízes multimilenárias fincadas no Profetismo
Histórico, devendo este ser considerado quase que insondável, por falta de registros
materiais, de documentação. Se houver entendimento, então será fácil conceber que a
Revelação é documento por si mesmo vivo, acima de Bíblias e de documentos
quaisquer.

Tanto assim que, na antiguidade, por Palavra de Deus se entendia a Revelação e
não livros adulteráveis e de fato adulterados.

Se fossem queimados todos os livros da Terra, poderia alguém fazer com que não
nascessem médiuns e proibir que os espíritos se comunicassem?

Por acaso o Sagrado Livro da Vida, ou de Deus, é menor do que o dos homens?

Porque o Seu Livro é o Cosmos.

Ou conhece alguém, no século vinte da Era Cristã, com todos os seus sábios
materiais, que tenha mais certeza e fé do que o remotíssimo Patriarcado? É ou não certo,
que falando muita gente, agora, nos Patriarcas e Profetas, nada mais, essa muita gente
sabe fazer, do que blasfemar contra o Sagrado Instituto da Revelação, chamado por
Jesus o Ministério do Espírito Santo?

Nunca será demais, portanto, recomendar menos formalismos e um pouco mais de
ESSÊNCIA.

E também cuidar muito mais das coisas do espírito, porque o reino da matéria ou do
mundo forçosamente passará, com a evolução do espírito. Os dois reinos se contrapõem,
sendo normal que o reinado da plenitude espiritual é o que vigorará na Esfera Crística.
Ninguém se iluda, portanto, com a matéria, porque a sua existência é móvel, assim
como a sua função, assim como a sua utilização.

- 202 -

“A ciência dos sacerdotes caldeus era profunda, mas menos pura, menos elevada
e menos eficaz do que a dos sacerdotes egípcios” - G. I.

Não querendo discutir aqui as tendências, pois os caldeus tenderam mais para
outros ramos, enquanto os egípcios tenderam sempre muito mais para as coisas do
espírito. Os caldeus se ligaram mais às coisas astrológicas e astronômicas, havendo da
parte dos egípcios mais afeição à espiritualidade. Os primeiros devotados a formas e
números; os segundos à fenomenologia agora dita mediúnica.

Entretanto, de modo genérico, com mais ou com menos caldeus e egípcios, a
espiritualidade é sempre mais, muito mais, razão por que os egípcios tinham uma
ciência esotérica bastante mais avançada do que os caldeus. E cumpre assinalar a
importância da coisa em si, da Verdade Essencial, que reside em cada filho de Deus, na
Terra ou no Infinito, agora ou na Eternidade. Porque são muitos os que se acreditam
espiritualistas, pelo fato de andarem repetindo palavras, acreditando em cabalismos,
depositando confiança nos outros e vivendo como se fossem duendes ou meros reflexos
de segundos e terceiros.

O Reino do Céu cada qual o tem em si.

O Saber e a Virtude não foram e nunca serão propriedade privada de quem quer que
seja.

A Moral, o Amor e a Revelação, bases da Excelsa Doutrina, nunca ficarão velhas
ou novas, nacionais ou estrangeiras, porque pertencem ao Infinito e à Eternidade. Tais
fatores são intrínsecos ao Criador e à Criação.

O dever de autocristificação pertence a cada filho de Deus, sem acepção de tempo e
de local.

- 203 -

“Sacerdotes caldeus e egípcios” - G. I.

Pedimos ao leitor o favor de não fazer confusão; porque aqueles antigos sacerdotes
não eram como os padres dogmáticos, idólatras e mercenários de agora; aqueles eram
iniciados na Ciência dos Mistérios, sabiam das verdades mediúnicas e as usavam,
embora de modo oculto. Os padres modernos falam em Deus, na Verdade e no Cristo, a
fim de poderem mercadejar e blasfemar contra o Profetismo, contra a Alma da Verdade,
que vive em processo de Revelação.

É estultícia falarem Verdade Revelada, porquanto a Revelação ficou sendo o
fundamento da Excelsa Doutrina. Importa voltar ao Pentecostes. Importa cultivar a
Revelação, assim como o faziam os Apóstolos. Vide o capítulo quatorze da Primeira
Epístola de Paulo aos Coríntios.

A Verdade não foi Revelada; ela continua em ativa Revelação.

- 204 -

“A religião universal da Humanidade, eis a verdadeira missão de Israel, que
poucos judeus, exceto os seus maiores profetas, compreenderam.” - G. I.

Dentre o Profetismo Total ou Histórico, o Profetismo Hebreu devia servir de
alicerce ao Profetismo Cósmico de Jesus-Cristo. Mas Israel não soube compreender o
seu mais dileto rebento. Foi uma glória receber o Cristo Planetário em seu seio, mas foi
uma desgraça não saber compreendê-Lo. Se Israel O tivesse compreendido, nenhuma
Roma teria atraiçoado a Doutrina Excelsa.

- 205 -

“O Senhor Deus levantará dentre vós um profeta igual a mim; e todo aquele que
lhe não der crédito, será riscado do livro da vida.” - Moisés.

Moisés foi o primeiro a realizar um batismo coletivo de espírito ou Revelação,
como se acha contido no Livro de Números.

Moisés iniciou a crença no Monoteísmo, no Deus que é Espírito e Verdade, e que
em Espírito e Verdade quer ser adorado, porque assim quer que venham seus filhos a
ser.

Os Dez Mandamentos valem pelo Cristo Vivo, porque o Cristo Vivo, ou Divino
Molde, veio para executar e não para derrogar a Lei. De sorte que os dois documentos
valem, em realidade, um só documento, porque a Lei é intelectual ou teórica e o Cristo é
a Lei Viva ou tornada Exemplo.

O Profeta que devia vir, anunciado por Moisés, foi Jesus, o Cristo; como o Cristo é
Modelo de Lei Vivida, fora do Cristo ninguém será harmônico ou sintônico com a
Ordem Divina.

Os clericalismos mercantilistas e corruptores não aceitam a profecia de Moisés
sobre Jesus, porque pretendem transformar Jesus em Deus, contrariando a Verdade, para
se fingirem de intermediários e continuarem a gozar de privilégios, ao se entregarem à
idolatria e à blasfêmia contra a Revelação. Idolatria é tudo quanto está fora dos três
sentidos da Lei de Deus, que são a Moral que harmoniza e dignifica, o Amor que
sublima e diviniza e a Revelação que adverte, ilustra e consola.

Porque dos três sentidos da Lei é que derivam respeito ao Saber e à Virtude, para
que o filho ame ao Pai com toda a inteligência e com toda a força do coração. Fora disto
tudo são fingimentos, superstições e mercantilismos idólatras.

- 206 -

“Nisto, o profeta do Sinai manifestou uma largueza de vistas que ultrapassa de
muito os destinos do seu povo.” - G. I.

Convém jamais esquecer o fato de haver o povo encarnado e o povo desencarnado;
de todos os povos terem seus elementos de vanguarda, centro e retaguarda; e de, no
curso dos tempos, como nos dias dos Profetas, do Cristo e nos dias pósteros, terem os
elementos de vanguarda voltado ao plano carnal, para irem somando, na Trilha
Profética, os acontecimentos cíclico-históricos.

Assim sendo, quem foram os Profetas? Quem foram os Apóstolos? Quem foram os
vultos que andaram morrendo queimados nas fogueiras da Inquisição, pelo fato de
pretenderem evidenciar a Revelação? Quem foram Wicliff, Huss, Joana D'Arc, Lutero,
Giordano Bruno e tantos outros soldados da Verdade? Quem foram Kardec, Denis,
Delanne e o grande número de acompanhantes, para que a Restauração Doutrinária
surgisse no seio da Humanidade?

Nunca se deve julgar um povo pelos seus elementos fracassados. Nunca se deve
julgar uma causa pelos seus passos embrionários. Nunca se deve negar a Verdade,
porque tenha ela de apresentar, nos primórdios, apenas o seu exterior.

Israel simboliza a Humanidade inteira, simboliza cada filho de Deus, vindo das
camadas inferiores da Vida, da inconsciência espiritual, caindo e levantando, porém,
lutando sempre por força de um Supremo Determinismo, para se erguer nos cimos
gloriosos da autocristificação.

- 207 -

“Alma de aço, vontade de ferro, zombou das provas. Espírito matemático e
universal, desenvolveu uma força de gigante na compreensão e no manejo dos
números sagrados, cujo simbolismo fecundo e cujas aplicações eram então quase
infinitas.
O seu espírito, desdenhoso das coisas que não passam de aparência, e dos
homens que passam como sombras, não respirava à vontade senão dentro dos
princípios imutáveis. Lá do alto, tranqüila e seguramente dominava tudo, sem
manifestar nem desejo, nem revolta, nem curiosidade.” - G. I.

A realidade é que, para aquele que cresce no interior de si mesmo, que se
desabrocha para as Verdades Eternas, Perfeitas e Imutáveis, uma só termina sendo a
razão de ser da vida - é viver para as Verdades Eternas, Perfeitas e Imutáveis.

Moisés tinha de ser assim, para colocar o Povo de Israel naquele local onde Jesus
teria, mais tarde, de se apresentar à Humanidade. Marcaria o Povo com a marca do
Monoteísmo, do Deus único e Onipotente, em torno de cuja realidade viva os Profetas
iriam sustentando a tocha da Revelação, até que Jesus viesse para torná-la universal ou
pública.

Quase três mil e quinhentos anos depois, podemos dizer que os altos e baixos do
Povo não fizeram fracassar os santos desígnios do Senhor. Basta que tenhamos o direito
de assinalar o seguinte: “A Moral, o Amor e a Revelação marcaram a obra de Moisés;
isso mesmo Jesus-Cristo viveu, tornando público no grandioso fenômeno do
Pentecostes, longe de simulações, clerezias e comercialismos pagãos; e isso mesmo
revive no Espiritismo, na Restauração encabeçada por Elias, que foi Kardec, agindo sob
o comando das Falanges da Verdade.”

Existem verdades, sobre isso tudo e em torno disso tudo, que feliz ou infelizmente,
não podemos, por ora, cogitar em público.

- 208 -

“Como todos os fortes marcados para uma grande obra, Hosarsife não se
submetia ao cego Destino, sentindo que uma Providência velava por ele e o conduzia
à realização dos seus fins.” - G. I.

Os homens são semideuses, por serem filhos de Deus, devendo comandar o
Destino, não pensando jamais que o Destino lhes seja imposto. Uma coisa é o Supremo
Determinismo, a Ordem Divina, a Lei Geral e outra coisa o Destino, a Trilha que pode
sofrer alternativas, segundo a conduta de cada um.

O Supremo Determinismo, ou Ordem Divina, é igual para todos, enquanto que o
Destino é específico, é móvel, diz respeito à conduta de cada um. No seio do Todo as
partes movimentam e criam para si mesmas, as mais variantes condições e situações,
conforme sejam boas ou ruins as suas obras.

Entre o Criador e a criatura pairam a Lei Geral e a Justiça Geral; mas a criatura é
que tem, por natureza, o direito de acioná-las contra ou a favor de si, pelas obras que
praticar. E como o espírito ou criatura, deve vir a ser acima de Mundos, Formas e
Transições, importa que vá aprendendo a comandar o seu Destino ou Carma.

Os mais medíocres iniciados compreendiam isso; não precisava ser um Moisés,
para saber que o Carma ou Destino deve ser comandado, e que, para comandá-lo,
somente procurando viver os três sentidos da Lei de Deus. Não afirmou o Divino
Molde, de início, que veio para executar a Lei de Deus e não para derrogá-la? E poderia
alguém derrogar a Lei de Deus, eliminar da Ordem Divina a Moral, o Amor e a
Revelação?

- 209 -

“Havia séculos que o Sinai e o Horebe eram desta forma o centro místico dum
culto monoteísta...” - G. I.

Primeiro devemos dizer que a Ciência dos Mistérios era sumamente monoteísta, ou
conhecedora de um Deus Único e Essencial, Ievé ou Informe, ou Impessoal, que Se
revelava pelos Seus Altos Mensageiros. Afirmavam que os Santos Espíritos, ou
Espíritos Santos, eram os filtros de Deus.

A seguir diremos que nos altos montes, longe das cidades buliçosas e das vibrações
grosseiras da generalidade, faziam eles os seus exercícios máximos, as suas grandes
experiências agora ditas mediúnicas.

Jesus perfilhou em tudo e de tudo, pois foi entre os Nazireus que aguardou o tempo
devido, para o desempenho do Seu Divino Messianato; o maior feito, de caráter
teofânico, foi a Transfiguração, tendo-a levado a termo no alto do monte Tabor. O
Sermão da Montanha, ou o Poema da Renúncia, foi proclamado no monte dito das
Oliveiras.

O levitismo - clericalismo como outros - ou talvez o pior de todos, porque foi
aquele que crucificou o Cristo e deu origem ao clericalismo romano que veio a ser o
blasfemo do Batismo de Revelação, tudo faria para fazer crer no aparecimento de Deus
no alto desértico do Sinai, com o fito criminoso de eliminar o conhecimento da
Iniciação Esotérica, do mediunismo de portas fechadas, ao qual Jesus, mais tarde, veio
universalizar ou tornar de toda a carne.

Vide nos Profetas, muitas vezes assinalado, que nos altos montes estavam os
ajuntamentos deles. Todavia, em construções e comunidades, como havia nas margens
do Mar Morto, ou em grutas onde se reuniam em épocas certas, para entrarem em
comunhão com os Altos Mensageiros do Senhor.

- 210 -

“O poço do Vidente que vê” - G. I.

Ninguém daria com o Conhecimento da Ciência dos Mistérios, transformada por
Jesus no Conhecimento da Verdade que Livra, sem passar pelas provas e sob o máximo
rigor. “O poço do Vidente que vê” era a gruta onde teria que passar algumas horas, em
letargia física, sob o controle dos mestres encarnados e desencarnados, a fim de
conhecer o mundo astral.

Cada um, conforme o seu grau de evolução, teria do mundo espiritual a sua
dosagem de provas e certezas. Após essa prova, os mestres encarnados aquilatavam as
possibilidades do iniciando.

Depois de Jesus tudo isso foi abolido, porque a Revelação torna-se então de portas
abertas, e a Moral e o Amor passam a ser a exclusiva ficha de merecimento. Aumentou,
portanto, a responsabilidade, pela maior facilidade.

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