"Trazer luz à obscuridade, transmutar ignorância em conhecimento, é colaborar com o processo de redenção do planeta."

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Governos pressionam e OMS não eleva alerta de pandemia

Organização Mundial da Saúde mateve em 5 alerta de epidemia global
Governos deixaram as questões de saúde de lado e promoveram, nesta segunda-feira, uma ofensiva política para evitar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarasse uma pandemia de gripe suína, o que seria a primeira do século 21.Alguns técnicos da entidade estimaram que os números de casos e países afetados já seriam suficientes para decretar o nível máximo de alerta. Mas México, Brasil, China, Japão, Reino Unido, países árabes e outros alertaram que novos critérios devem ser incluídos na avaliação de uma eventual declaração de pandemia.Com isso, conseguiram frear sua declaração. Já o governo americano foi mais pragmático e alertou que o vírus vai continuar a se espalhar por todo o mundo e que o surto "não está terminando".Hoje, a Assembleia Mundial da Saúde abriu sua reunião anual em Genebra sob a ameaça da declaração da pandemia. Já são mais de 8 800 casos da gripe, com 135 casos no Japão e mais de cem na Espanha e no Reino Unido, além do epicentro na América do Norte.O Japão ordenou o fechamento de 2 mil escolas e cancelou eventos públicos. José Gomes Temporão, ministro da Saúde do Brasil, estima que o Japão já entrou no grupo de países que tem transmissão continuada da gripe.Pelos critérios técnicos, a proliferação do vírus em duas ou mais regiões já seria suficiente para a declaração de uma pandemia. Numa delas, a América do Norte, o vírus já está instalado.A questão era como a gripe se comportaria na Ásia e Europa. Em declaração ao Grupo Estado, o chefe do Comitê de Emergência da OMS, John McKenzie, apontou que o padrão de transmissão da doença no Japão é similar ao de Nova York quando o nível de alerta passou de 4 para 5 (em uma escala de 1 a 6), há três semanas. "Os governos estão preocupados com a repercussão que isso pode ter", afirmou McKenzie.Os governos temem que a declaração da pandemia poderia ter custos econômicos, além de consequências políticas, restrições de comércio e de viagens, fechamento de fronteiras e quarentenas forçadas de pessoas vindas de locais com surtos também poderiam ser adotados. Os governos também temem que o anúncio cause pânico e pressão maior sobre os sistemas de saúde.Portanto, a decisão foi a de pedir que a questão da gravidade da doença gerada pelo vírus fosse considerada. Até agora, a maioria dos casos da gripe foi suave. Portanto, a pandemia não teria motivos para ser declarada."O Brasil apoia uma revisão dos critérios", afirmou Temporão. Para ele, não apenas o número de países afetados deve ser considerado, mas a gravidade do vírus. Já sabemos alguma coisa do vírus e sabemos que a letalidade está em queda", disse, justificando que não haveria motivo por enquanto para declarar a pandemia.Pressionada, Margaret Chan, diretora-geral da OMS, admitiu que levaria as considerações dos governos em sua decisão de decretar a pandemia. "Vou seguir suas recomendações", disse. Ela insistiu hoje que o novo vírus "tem um grande potencial pandêmico"."Esse vírus transmite muito rapidamente e está espalhando rapidamente para outros países. Esse padrão deve continuar", disse.Ela ainda reconheceu que governos e a OMS estão sendo pressionados a tomar decisões e que isso está ocorrendo em um "momento de incerteza científica". "Esse vírus pode nos ter dado um novo prazo. Mas não sabemos quanto. Não sabemos se estamos no período de calma antes da tempestade", alertou."Peço que usemos esse prazo que o vírus nos está dando para proteger os países mais pobres e evitar que eles sejam os mais prejudicados", apelou."O mundo está mais vulnerável hoje que em 1968, quando a última pandemia ocorreu. Qualquer cidade e aeroporto internacional corre o risco de ter casos importados. Precisamos de uma solidariedade mundial. Todos estamos juntos nisso e sairemos juntos", disse. "Não é hora de baixar a guarda", concluiu

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