"Trazer luz à obscuridade, transmutar ignorância em conhecimento, é colaborar com o processo de redenção do planeta."

domingo, 10 de maio de 2009

Adeus!

Adeus!


A missão de reparos do Hubble deve começar, correndo tudo bem na base de lançamentos da Flórida. Mas, mesmo que ela seja adiada por alguns dias, os adeuses já começaram.
Um dos instrumentos que devem sofrer um “upgrade” é a Câmera Planetária de Campo Amplo 2 (WFPC2, na sigla em inglês). Essa foi sem dúvida a alma do Hubble. Ela é quem produziu as mais fantásticas imagens desse magnífico telescópio.
Imagens como os “Pilares da Criação”, que de tão bonita se tornou um ícone do Hubble nos anos 1990. Pense no Hubble e aposto que a imagem que lhe vem à cabeça (tirando o próprio telescópio) é a nebulosa com seus pilares de gás esculpidos por estrelas jovens em M16.
Além dessa imagem, a WFPC2 também obteve as sensacionais “fotos” do impacto do cometa Shoemaker-Levy em Júpiter em 1994 e, em 1995, o fantástico e enigmático “Campo Profundo do Hubble”, uma exposição que durou 10 dias seguidos durante 150 órbitas consecutivas. Essa imagem, a mais profunda da sua época, mostra milhares de galáxias, algumas delas as mais antigas já observadas até então.
Três anos mais tarde, o Hubble viria a repetir a estratégia, obtendo uma imagem tão profunda quanto aquela, mas de uma região diametralmente oposta do céu. As semelhanças entre as duas representam uma comprovação direta do princípio cosmológico, que afirma que o Universo deve ser igual para qualquer direção que se olhe. Esse recorde foi quebrado apenas em 2005, quando as câmeras ACS e NICMOS produziram o “Campo Ultra-Profundo do Hubble”, com exposição durante 11,3 dias.
Como toda história tem seu fim, chegou a hora de aposentar a WFPC2 após 16 anos de belíssimos registros e contribuições fantásticas à astronomia. A câmera será substituída pela WFPC3, que terá uma cobertura espectral maior que sua antecessora e também será mais sensível, prometendo também imagens fantásticas.
Para se despedir, a WFPC2 produziu sua última imagem antes de o telescópio ser colocado em modo de repouso para sua manutenção. Acima temos uma imagem da nebulosa planetária K 4-55, distante 4.600 anos-luz de nós, na constelação do Cisne. Um belo adeus!

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