"Trazer luz à obscuridade, transmutar ignorância em conhecimento, é colaborar com o processo de redenção do planeta."

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A BÍBLIA DOS ESPÍRITAS



“Ninguém, de bom senso, perguntaria à ignorância o que
fazer com a Sabedoria.”

As Verdades Divinas encontram-se expostas na Sua Obra, na Criação, no Cosmos;
os efeitos é que demonstram as leis causais, e, portanto, somente o Universo Criado
contém os elementos de Autoridade, para ser chamado o Livro Sagrado.

Aqueles leitores que se derem a confrontar as Bíblias da Humanidade, certamente
que se o fizerem com honestidade mental, nelas encontrarão sentenças fundamentais, de
par com elevada quantia de material inútil, de verdadeira carga de verdadezinhas
transitórias ou já absolutamente obsoletas.

Como, por exemplo, a obrigação de cada espírito, de cada filho de Deus, é ir-se
tornando Espírito e Verdade, assim como Ele é, cumpre a cada um o dever de ir
superando, em si mesmo, os grilhões sectários, formalistas, idólatras e pagãos, aos quais
se tem sujeitado, no curso dos milênios, por falta de melhor visão da Obra de Deus, de
que é parte e relação, queira ou não.

Uma das piores idolatrias é o culto da letra que mata; esta será a última a ser
vencida!

Para esta idolatria, talvez a pior, passar, cumpre que a Revelação, a Palavra de
Deus, venha a ser respeitada pelos filhos de Deus. Enquanto houver na Terra quem
blasfeme do Instituto da Revelação, do Batismo de Espírito, não poderá a Terra, pela
sua Humanidade, entrar no cômputo dos mundos felizes.

E quando vier a fazê-lo, então a Bíblia de fato será o Cosmos, o único Livro
Sagrado que é compatível com o Ideal Supremo, por abarcar este, em letras de vida, os
motivos fundamentais que são a Origem, o Processo Evolutivo e a Sagrada Finalidade.

A Sagrada Finalidade é o Grau Crístico; é através dos mundos, das formas e das
verdades transitivas, atingir o Reino do Céu, que cada um tem dentro de si, e que não
virá com mostras exteriores, Reino que é acima de mundos, formas e transições.

Se, portanto, tudo aquilo que é material e exterior deve ir sendo posto de parte,
muito mais ainda devem ser colocados à margem os fanatismos que as letras têm
causado, por causa das falsificações e das falsas interpretações. Nenhum documento
bíblico atinge a pureza doutrinária dos Dez Mandamentos; e nenhuma vida pôde jamais
assemelhar-se à de Jesus-Cristo, o Ungido que afirmou, no pórtico de Sua função
messiânica, que nasceu para cumpri-la e não para derrogá-la!

Quem fala na Lei de Deus, por certo que fala em Moral, Amor, Revelação, Saber e
Virtude; e quem faz questão de aprender com Jesus, que para isso foi apresentado pelo

Pai como Divino Modelo, naturalmente observará que Ele foi a expressão viva daquelas
cinco palavras doutrinárias fundamentais.

A Lei teórica em si, como a Lei viva em si, que é Jesus-Cristo, jamais teve
tendências sectárias! A Lei veio pela Revelação; e Jesus-Cristo não só foi o mais
perfeito cultivador do profetismo, como foi o Delegado de Deus, o encarregado de
derramar do Espírito sobre toda a carne!

O espírito da Lei é a Verdade! E Jesus-Cristo sentenciou, de uma vez por todas,
que a cada um cumpre viver a Verdade, depois de procurá-la e conhecê-la, a fim de,
por ela, tornar-se livre. De resto, como pode ser representante da Verdade, aquele que é
escravo da mentira?

Dado o grau de cultura intelectual da Humanidade, é chegada a hora de irem
findando na Terra os fetichismos em geral, mormente aqueles que parecem mais
civilizados, que são os que passam por religiões; isto é, que são praticados em nome de
Deus, da Verdade e do Cristo. Fanatismos que se estribam nas letras, homens
fantasiados, paus e pedras, rituais e simulacros; tudo isso que não pode significar
lucidez mental e doçura de coração deve ir findando, a bem da verdadeira civilização, a
bem da cristianização da Humanidade.

Tal é o espírito desta obrinha, que por ser livro ou forma, tudo fica devendo ao
Infinito Criado, para onde faz questão de remeter os seus leitores, para aí auscultarem a
Sabedoria do Pai em letras Eternas, Perfeitas e Imutáveis. Porque, aquele que venha a
assim proceder, simplesmente se tornará um bom filho de Deus, e um bom irmão de
seus irmãos, jamais pensando que Deus seja especial para alguém, ou que alguém seja
especial para Deus.

Resumindo, pois, diremos que a Bíblia dos Espíritas não pode ser um livro, não
podem ser mil ou um milhão de livros; ela é o Sagrado Livro da Vida, de quem o
Consolador é o Instrumento Informativo, como se encontra expresso no capítulo
dezesseis de João, o Evangelista.

E para cultivá-lo, que os interessados na Verdade se voltem para o capítulo
quatorze, da Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, aprendendo a fazer sessões com
os Apóstolos. Isto é, aprendendo a saber o que é o Espiritismo, o Consolador.

Osvaldo Polidoro

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