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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Japão diz que prorrogar Protocolo de Kyoto seria "sem sentido"


Autoridades japonesas disseram, nesta quinta-feira, que o Japão é contra a prorrogação do Protocolo de Kyoto, que exige reduções das emissões de gases do efeito estufa pelos países ricos, e irá lutar por um acordo mais abrangente nas negociações da ONU, mesmo que fique isolado nessa posição.
Quase 200 países estarão reunidos em Cancún (México) de 29 de novembro a 10 de dezembro para tentar definir alguns elementos de um futuro acordo da ONU contra o aquecimento global. É praticamente impossível, no entanto, que um novo tratado completo resulte desse evento.
O Protocolo de Kyoto, que expira em 2012, não inclui os dois maiores emissores mundiais de gases do efeito estufa - EUA (que desistiram do tratado) e China (por ser um país em desenvolvimento). Por isso, simplesmente prorrogar sua vigência seria algo "sem sentido e inadequado", afirmou Hideki Minamikawa, vice-ministro japonês para assuntos ambientais globais.
"Países europeus a partir deste ano propuseram que seria correto prorrogar o período de compromisso do Protocolo de Kyoto se ele tiver a adesão de grandes emissores, mas temos de deixar claro que isso não é aceitável", disse Minamikawa a jornalistas. "Mesmo que a questão da prorrogação do Protocolo de Kyoto se torne um item importante na pauta de Cancún e o Japão se achar isolado, o Japão não irá concordar com isso", completou.
Ele ressalvou que, mesmo com a prorrogação, o Japão não pretende se desfiliar totalmente do Protocolo de Kyoto, mas que não se consideraria obrigado a cumprir suas regras. O Japão se opõe a prorrogação do Protocolo de Kyoto por temer que isso entronize um marco regulatório que isente grandes economias emergentes e os EUA de compromissos com a redução das emissões de gases do efeito estufa.
Países em desenvolvimento defendem que as nações ricas prorroguem unilateralmente a vigência do Protocolo de Kyoto, alegando que foram os países desenvolvidos que mais contribuíram com a mudança climática, e por isso têm mais responsabilidade de combatê-la.

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